São Paulo, quarta-feira, 22 de fevereiro de 1995
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O momento é este; Lech Walesa e Brasília; Acusações; Preço da Folha; Chega de nhenhenhém; Vida com o salário mínimo; Fala, fala e...; Aniversário da Folha

O momento é este
"Parabenizo a Folha e particularmente o jornalista Gilberto Dimenstein pela postura incisiva que vêm assumindo na cobertura do recente aumento dos índices de mortalidade infantil no município de Teotônio Vilela, no Estado de Alagoas. A abordagem realista e oportuna dos fatos —bem caracterizada no editorial e na reportagem publicados no dia 12/02— deve ser encorajada e multiplicada nas redações, visto que tem papel fundamental no combate ao imobilismo que tantas vidas tem custado ao país. É preciso notar que Teotônio Vilela é apenas um dentre centenas de municípios onde a mortalidade infantil divide a nossa atenção com vários outros lamentáveis indicadores. Recentemente, o Unicef ofereceu à imprensa carta-aberta com o título de 'Morte Anunciada', referente aos fatores sazonais que anualmente geram significativo aumento da mortalidade nos primeiros meses do ano. O efeito das chuvas e da entressafra nas populações de baixa renda não é outro senão fome e doença, sendo este, portanto, o momento oportuno para ações emergenciais."
Agop K. Kayayan, representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância —Unicef— no Brasil (Brasília, DF)

Lech Walesa e Brasília
"As opiniões de Walesa não me interessam. É um anticomunista conhecido, o que tudo explica. Mas é presidente de um país amigo em visita oficial ao Brasil, onde deveria manifestar-se com maior compostura. Não vou responder. Desprezo-o como homem e político, principalmente."
Oscar Niemeyer, arquiteto (Rio de Janeiro, RJ)

Acusações
"O sr. Janer Cristaldo repete acusações que uma CPI no Congresso, em 88, já concluiu serem falsas e baseadas em documentos forjados. São os métodos com que se difundiu, em 1937, o suposto 'Plano Cohen', com o intuito de se obter do Congresso brasileiro a suspensão de direitos individuais. Trata-se provavelmente agora de pôr obstáculos à demarcação de Área Indígena Raposa-Serra do Sol, em Roraima. Em tempo: pedi a colegas franceses que verificassem se consta um doutorado em letras francesas no fichário Central de Teses, de autoria de Janer Cristaldo. Não consta. Se o autor do lamentável artigo defendeu um doutorado na Sorbonne sob outro nome, desafio-o a mostrar um documento válido que o comprove. Estou pronta a comer o meu chapéu se o fizer."
Manuela Carneiro da Cunha, professora titular de antropologia da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Preço da Folha
"A tiragem da Folha aumentou significativamente ao longo do ano passado. Supõe-se que, como em qualquer outro tipo de empresa, esse aumento proporcionou maior lucratividade. Há algum tempo atrás já houve um aumento no preço do exemplar, de R$ 0,70 (se não me falha a memória) para R$ 1,00, e agora um novo aumento para R$ 1,30, nada mais, nada menos que 30% de acréscimo. Quando o país se esforça para manter os preços baixos, a Folha dá péssimo exemplo."
Luiz Antonio Ribeiro (Rio Grande, SP)

"Ao adquirir meu exemplar da Folha em 29/01, fiquei espantado com o aumento de preço de 30%."
Jerson dos Santos (São Paulo, SP)

"Aumentando seu próprio preço, esse jornal coloca-se mesmo numa posição privilegiada para cobrar eficiência e produtividade das estatais..."
Dorinato Gomes de Lima (Santos, SP)

"Vocês não tiveram a dignidade de esperar completar um ano da implantação do Plano Real e ainda querem um Brasil melhor?"
Paulo Ricardo Capelo do Nascimento (São Paulo, SP)
Nota da Redação — De julho até dezembro, o preço do papel cresceu 60%, o custo com mão-de-obra aumentou 33%, os gastos industriais subiram 101% e as despesas totais tiveram acréscimo de 65%. No mesmo período, o preço de capa do jornal sofreu reajuste de 32,6%, abaixo, portanto, dos percentuais de ascensão nos custos. Mesmo a elevação expressiva da tiragem da Folha (mais 37,3%) não compensou o avanço das despesas: para cada quilo de papel transformado em jornal se gasta 39% a mais do que em julho.

Chega de nhenhenhém
"O fim de festa do (des)governo Itamar Franco veio à tona. A Folha, através da reportagem de Elvira Lobato (19/02), revelou a liberação desenfreada de 349 concessões de telecomunicações nos últimos dias de governo. É urgente a criação de critérios técnicos para a concessão de serviços de telecomunicações, bem como a elaboração de mecanismos de controle social destas concessões. FHC tem que parar de nhenhenhém e começar a discutir com a sociedade as reformas necessárias para o desenvolvimento econômico com distribuição de renda."
Irineu Mário Colombo, deputado estadual pelo PT-PR (Curitiba, PR)

Vida com o salário mínimo
"O presidente não poderia ficar nervoso diante da pergunta sobre o que faria com um salário de R$ 70,00. Afinal, como admitiu, ele não serve para nada, além de ajudar no arrocho salarial e matar de desespero e fome os aposentados e trabalhadores."
Paulo Roberto Perez, diretor do Sindicato dos Administradores no Estado do Rio (Rio de Janeiro, RJ)

"A pergunta que a Folha selecionou para a entrevista coletiva que o sr. presidente da República concedeu não foi somente demagógica, sem sentido e engraçadinha. Foi, também, impertinente, irreverente, pueril, inconsequente... Quem não sabe neste país o que se pode comprar com R$ 70? Melhor seria se tivesse perguntado se quem nasceu primeiro foi o ovo ou a galinha."
Paulo de Souza Cavalcanti (Ribeirão Preto, SP)

Fala, fala e...
"Não entendo nada do que o Jabor anda escrevendo. Não vi a peça do Otavio Frias Filho ainda, mas se fosse pela análise do Jabor, não iria nunca. Que diabo é esse discurso que fala, fala e nada fala? A peça é assim também? Um primor inexplicável?"
Irede Cardoso (São Paulo, SP)

Aniversário da Folha
"Cumprimentamos a valorosa equipe da Folha pelos 74 anos do jornal, que diariamente se impõe junto ao conceito nacional pelo bom jornalismo que pratica e oferece aos leitores."
Gilberto Miranda, senador pelo PMDB-AM (Brasília, DF)

"Parabéns por mais um ano de jornalismo criativo e competente."
Antonio Penteado Mendonça (São Paulo, SP)

"Ao transcurso de mais um aniversário, a 'Perfect Liberty' não poderia estar ausente nas comemorações."
Alexandre Takanami, diretor-presidente da Instituição Religiosa 'Perfect Liberty' (São Paulo, SP)

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