São Paulo, quinta-feira, 23 de fevereiro de 1995
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Estradas viram sucessão de buracos

LÚCIA MARTINS; DANIELA FALCÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

As chuvas recordes que atingiram São Paulo transformaram as estradas em campos de buracos, pontos de deslizamentos e desvios. As cerca de 5,2 milhões de pessoas que vão deixam São Paulo de carro no Carnaval têm que se preparar para um exercício de paciência e para um teste de rali.
A Régis Bittencourt, que liga São Paulo ao Sul do país, é a recordista de problemas. Após afundamento na pista, que causou congestionamento de mais de 150 km na semana passada, a estrada está com desvios de apenas uma pista próximo a Barra do Turvo (PR). Além disso, há buracos e obras de recuperação de acostamento.
Castelo Branco e Anhanguera apresentam pontos de erosão ou deslizamento de terra.
Na Rio-Santos, há risco de queda de barreira entre Caraguatatuba e Ubatuba. Na Raposo Tavares, há trechos em que a erosão destruitu parte do acostamento e da pista (veja quadro ao lado).
Mas são a Fernão Dias, que liga o São Paulo a Belo Horizonte, e a Manoel da Nóbrega, acesso a todo o litoral sul, as piores entre as estradas próximas à São Paulo.

Borracharias
Na segunda-feira, a Folha percorreu os 90 km da estrada Fernão Dias que ficam em São Paulo. Mais da metade está coberta de buracos e a reportagem encontrou quatro carros com pneus furados.
Às 17h, o casal Moisés e Ifigênia Plaza estava parado havia uma hora na estrada. O pneu do Gol tinha furado. Eles moram em Guarulhos (SP) e estavam voltando de Mairiporã.
Sob uma chuva forte, Ifigênia fazia sinais para que os carros desviassem enquanto Moisés trocava o pneu.
"Fui buscar esse penu no mato e coloquei nesta curva para sinalizar.É muito perigoso ficar parado aqui", disse Ifigênia.
"Nos últimos tempos aumentou muito o número de borracharias. Há mais pessoas furando seus pneus", afirma Geraldo Passos, dono de uma borracharia em um posto de gasolina que fica na divisa de Minas e São Paulo.
Nos 90 quilômetros do trecho de São Paulo, há 21 borracharias e 16 postos de gasolina.
A rodovia tem ainda afundamentos, desvios, obras, placas de sinalização cobertas pelo mato, falta de faixas de acostamento e de telefones na estrada (veja mapa).

Litoral sul
A Manoel da Nóbrega, que corta o litoral sul (da Praia Grande a Pedro de Toledo), deve ser uma das estradas com maior movimento no feriado. Mas em quase toda extensão não existe acostamento e a sinalização é precária.
O trecho mais danificado pela chuva fica antes das entradas de Itanhaém e Peruíbe. Mas é preciso ter muito cuidado também no início da rodovia. Há uma série de buracos logo após a interligação com a Imigrantes. No km 59, por exemplo, o carro da reportagem furou um dos pneus dianteiros após passar por buraco.
Se seu pneu também furar, cuidado. A maioria das borracharias na beira da estrada não funciona aos domingos e muitas não definiram se vão abrir no Carnaval.
Os motoristas também devem ficar atentos aos retornos. Como não há acostamento, os carros são obrigados a diminuir a velocidade e até frear para entrar nas praias e vilarejos cortados pela rodovia. Nesses locais também há fluxo intenso de pedestres.

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