São Paulo, sexta-feira, 24 de fevereiro de 1995
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Servidor é acusado de vender dólares falsos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um funcionário do Ministério das Relações Exteriores foi preso ontem de manhã no Itamaraty, sob acusação de vender dólares falsos.
Segundo a Polícia Civil, o agente de portaria Gutemberg Monteiro, 38, tinha US$ 800 no momento em que foi preso. Ele é acusado de vender dólares falsos durante os últimos dois anos.
Gutemberg saiu do prédio com ferimentos na boca. Segundo a polícia, ele teria sofrido uma queda na escada enquanto era conduzido algemado. Monteiro afirma que foi agredido: "Fui porrado", disse.
Na quarta-feira às 15h25 tinham sido presas outras quatro pessoas que, segundo o delegado Adílson Mendes, titular da Delegacia de Falsificações e Defraudações, distribuíam os dólares que Monteiro recebia de São Paulo.
Os quatro outros acusados, Francisco Ferreira, Antônio Batista, Zelma de Souza e Osires Liberato da Silva estavam em uma Kombi em frente ao Banco Central, com US$ 5.000.
A polícia vigiava o grupo no Setor Comercial Sul, e fez as prisões em flagrante quando eles saíram de Kombi. "Esperamos que entrassem no carro porque era onde estava o dinheiro", disse Lelis.
Outro acusado de pertencer à quadrilha, José Liberato da Silva, irmão de Osires, está foragido. Eles vendiam mensalmente, segundo a polícia, de US$ 5.000 a US$ 10 mil. As notas eram tão boas que sua falsidade não era detectada por canetas magnéticas.
Há indícios de que um outro funcionário do Itamaraty também esteja envolvido na venda de dólares falsos. A polícia tem apenas seu prenome: Francisco.
Segundo o delegado Mendes, a polícia procurou Monteiro no Itamaraty na quarta-feira, mas ele não estava mais trabalhando.

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