São Paulo, sábado, 25 de fevereiro de 1995
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FHC defende as concessões de Itamar

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Palácio do Planalto saiu em defesa das concessões na área de telecomunicações distribuídas pelo ex-ministro das Comunicações Djalma Morais no fim do governo Itamar Franco.
Entre as 349 concessões, 41 eram destinadas ao ex—chefe do cerimonial do Palácio do Planalto Luiz Mário de Pádua, embora ele não tivesse qualquer experiência anterior na área.
O próprio ministro das Comunicações, Sérgio Motta, chegou a afirmar que todos os democratas do Congresso tinham a obrigação de se opor a essas concessões.
Durante a semana, surgiram suspeitas de que Luiz Mário fosse, na verdade, testa-de-ferro de Morais. Itamar enviou uma carta ao ex-ministro solicitando esclarecimentos e orientou todos seus ex-auxiliares a responder às críticas que vinham senso feitas ao seu governo.
Ontem, o governo resolveu baixar a temperatura do confronto e saiu em defesa de Itamar. "As concessões foram regulares. Existiam pré-condições que foram cumpridas. O governo não encontrou qualquer indício de irregularidade nessas concessões", disse o porta-voz do Planalto, Sérgio Amaral.

Confissão
Em entrevista à Folha, o próprio Morais afirmou que o ministério não avaliava as condições técnicas das empresas candidatas à concessão, mas apenas se o capital era nacional ou não. Disse também haver "picaretagem" na área.
A LMP Consultoria e Representações, de Luiz Mário, ganhou concessões para serviço de radiochamada em 34 cidades e permissões para transmissão de TV "LMDS" em outras sete cidades. Depois da divulgação do caso, Pádua ofereceu as concessões de volta, e o governo as aceitou.
A manifestação do porta-voz foi uma defesa de todo o governo anterior. "O presidente Fernando Henrique Cardoso quer deixar claro que não há escândalos do governo Itamar Franco. O presidente foi parte e se orgulha de ter participado desse governo, com seu espírito e conduta invariavelmente íntegros e corretos", declarou Sérgio Amaral.
O porta-voz afirmou que "apurar irregularidades é uma tarefa permanente do governo". Citou como exemplo o caso dos diplomatas acusados de operar um caixa dois nas embaixadas do Brasil, sobre o qual FHC determinou uma segunda investigação.

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