São Paulo, sábado, 25 de fevereiro de 1995 |
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Fevereiro tem fuga de capital especulativo
GUSTAVO PATÚ
As reservas em dólar do governo também estão em queda desde o ano passado. No final de dezembro, conforme o BC, elas somavam US$ 38,8 bilhões. Hoje, segundo estimativas da área técnica do governo e do mercado financeiro, as reservas estão em cerca de US$ 36 bilhões. A fuga dos investidores é consequência da crise econômica do México. Em janeiro, US$ 1,919 bilhão em capital especulativo deixou os mercados brasileiros —o maior volume desde fevereiro de 1990, quando houve o temor de confisco com o Plano Collor. Depois que o México entrou em crise, perdendo grandes volumes de capital estrangeiro, os investidores internacionais passaram a ter grande desconfiança em relação aos programas de estabilização inflacionária de países da América Latina. Os efeitos foram mais sentidos na Argentina e no Brasil, os países com planos antiinflacionários mais semelhantes ao modelo mexicano. Ao todo, a fuga de divisas no mercado financeiro de câmbio, em especial das bolsas de valores e das aplicações, soma US$ 3,269 bilhões em 1995. Em todo o ano passado, a saída desse tipo de recursos do país foi de US$ 239 milhões. Para o governo, a saída de divisas contribuiu com pelo menos um resultado positivo: segundo o BC divulgou ontem, em janeiro o volume de dinheiro em circulação na economia caiu pela primeira vez, desde o lançamento do Plano Real. A base monetária —o total de reais fora dos bancos mais as contas dos bancos junto ao BC— caiu de R$ 17,265 bilhões, em dezembro, para R$ 16,863 bilhões em janeiro. O volume vinha crescendo sem parar desde a queda da inflação, preocupando a equipe econômica. A queda do volume de reais na economia não é resultado apenas da saída de dólares. Também contribuiu para o resultado a redução do socorro diário do BC ao Banespa, de R$ 5 bilhões em dezembro para R$ 2 bilhões atuais. Texto Anterior: Ação pede que STF diga que mínimo é baixo Próximo Texto: Tesouro gasta menos no mês Índice |
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