São Paulo, sábado, 25 de fevereiro de 1995
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Ação contesta empréstimo para o México

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Um empresário do Estado da Califórnia entrou com ação popular contra o presidente dos EUA, Bill Clinton, e o secretário do Tesouro, Robert Rubin, devido ao empréstimo de U$ 20 bilhões oferecido ao México.
Don Holmes, 51, argumenta que Clinton e Rubin "tomaram dinheiro ilegalmente dos cofres do Tesouro norte-americano" porque "só o Congresso tem poder constitucional para alocar dinheiro público".
Holmes reconhece que tem "poucas chances" de êxito mas que "é importante levantar o assunto".
Ele requisita no processo que o empréstimo seja considerado ilegal para evitar que "os presidentes recebam carta branca para fazerem o que quiserem com o dinheiro público".

Custo da recessão
O Banco Central dos EUA (FED) divulgou ontem estudo segundo o qual a recessão mexicana em 1995 poderá custar à economia norte-americana entre U$ 13 bilhões e U$ 28 bilhões.
Essa quantia é equivalente a produtos que seriam exportados para o México e não serão mais negociados devido à recessão.
Isso significa que o crescimento do PIB dos EUA em 1995 será entre 0,2% e 0,4% menor do que seria sem a recessão mexicana.
A recessão mexicana também vai custar cerca de 380 mil empregos nos EUA. As principais perdas vão se localizar nos Estados do Texas, Arizona e Califórnia, no sul do país.
O Texas é responsável por um terço das exportações norte-americanas ao México. Cerca de 1% dos empregos do Estado serão perdidos por causa da crise econômica mexicana este ano.

Documentos
O empréstimo de U$ 20 bilhões ao México foi feito com dinheiro do Fundo de Estabilização Cambial, criado em 1934 para ser usado com o objetivo de defender o dólar em situações de crise em mercados internacionais.
No mês que vem o assunto será examinado por comissões parlamentares de inquérito criadas na Câmara e no Senado com esse fim.
O presidente Clinton já foi intimado a apresentar todos os documentos referentes à crise mexicana em poder da Casa Branca.

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