São Paulo, sábado, 25 de fevereiro de 1995 |
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Fipe apura alta de 0,87% na inflação
SUZANA BARELLI
A estimativa da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) é que a inflação de fevereiro chegue a 1%. A taxa de março deve ficar ao redor de 2%, o dobro da registrada no mês anterior. "A inflação vai começar a atormentar a partir de março", diz Juarez Rizzieri, coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe. Rizzieri afirma que a inflação deve ficar ascendente até junho pelo menos. A justificativa é que não há fatores, nos próximos meses, capazes de pressionar o índice para baixo. Aluguel, alimentação, mensalidades escolares, despesas pessoais, entre outros, devem causar a alta da inflação nestes próximos quatro meses. "Janeiro, com alta de 0,8%, deve ser a menor inflação do ano. Será difícil repetir esta taxa", diz. A taxa de 0,8% foi a menor registrada pela Fipe em um mês de janeiro desde 1949. Fevereiro Pressionaram o índice na terceira quadrissemana de fevereiro as altas de preço das verduras (variação de 45%, consequência do excesso de chuvas), e do aluguéis, com aumento de 8,19% devido ao início das ações revisionais. Serviços domésticos, com alta de 7,39%, cigarros, com variação de 5,23% causado pelo reajuste do início do mês, e IPTU são outros fatores que causaram aceleração da taxa em fevereiro. Entre os itens que mais contribuíram para a alta da inflação estão a couve, com reajuste de 59,94%, a cenoura (47,97%) e a alface (43,76%). Puxaram o índice para baixo o início da liquidação de verão e a queda no preço da carne, com redução de 10,59% no preço do frango e de 6,77% na carne bovina. Para março, diz Rizzieri, apenas as hortaliças devem puxar o índice para baixo. A alta da inflação deve ser causada pelos reajustes das mensalidades escolares, dos aluguéis, dos gastos com assistência médica e com despesas pessoais (principalmente cigarros e bebidas). O coordenador da Fipe não acredita que as liquidações de verão, que continuam no início de março, serão capazes de impulsionar a inflação para baixo. "Não deve ter grandes liquidações em março e logo depois entra a nova coleção." Já em abril, a alta do índice deve ser puxado pelos vestuários, consequência da coleção inverno. Em alta Análise da GPC Consultores Associados feita com o IPC da Fipe, além do IPC-r e do IGP-M, prevê que a inflação de março deve oscilar entre o mínimo de 2,46% e o máximo de 3,12%. Para abril, a previsão da GPC é que a taxa fique entre 2,75% e 3,27%. A consultoria avalia que a tendência da inflação é de subir depois de fevereiro. Texto Anterior: Poupança volta a ser rentável Próximo Texto: TRF mantém liminar contra expurgo do Plano Real Índice |
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