São Paulo, sábado, 25 de fevereiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fipe apura alta de 0,87% na inflação

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A inflação voltou a subir em São Paulo, segundo a Fipe. O índice ficou em 0,87% na terceira quadrissemana de fevereiro (últimos 30 dias terminados em 21 de fevereiro), 0,12 ponto percentual acima do 0,75% registrado na quadrissemana anterior.
A estimativa da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) é que a inflação de fevereiro chegue a 1%. A taxa de março deve ficar ao redor de 2%, o dobro da registrada no mês anterior.
"A inflação vai começar a atormentar a partir de março", diz Juarez Rizzieri, coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe.
Rizzieri afirma que a inflação deve ficar ascendente até junho pelo menos. A justificativa é que não há fatores, nos próximos meses, capazes de pressionar o índice para baixo.
Aluguel, alimentação, mensalidades escolares, despesas pessoais, entre outros, devem causar a alta da inflação nestes próximos quatro meses.
"Janeiro, com alta de 0,8%, deve ser a menor inflação do ano. Será difícil repetir esta taxa", diz.
A taxa de 0,8% foi a menor registrada pela Fipe em um mês de janeiro desde 1949.

Fevereiro
Pressionaram o índice na terceira quadrissemana de fevereiro as altas de preço das verduras (variação de 45%, consequência do excesso de chuvas), e do aluguéis, com aumento de 8,19% devido ao início das ações revisionais.
Serviços domésticos, com alta de 7,39%, cigarros, com variação de 5,23% causado pelo reajuste do início do mês, e IPTU são outros fatores que causaram aceleração da taxa em fevereiro.
Entre os itens que mais contribuíram para a alta da inflação estão a couve, com reajuste de 59,94%, a cenoura (47,97%) e a alface (43,76%).
Puxaram o índice para baixo o início da liquidação de verão e a queda no preço da carne, com redução de 10,59% no preço do frango e de 6,77% na carne bovina.
Para março, diz Rizzieri, apenas as hortaliças devem puxar o índice para baixo.
A alta da inflação deve ser causada pelos reajustes das mensalidades escolares, dos aluguéis, dos gastos com assistência médica e com despesas pessoais (principalmente cigarros e bebidas).
O coordenador da Fipe não acredita que as liquidações de verão, que continuam no início de março, serão capazes de impulsionar a inflação para baixo.
"Não deve ter grandes liquidações em março e logo depois entra a nova coleção."
Já em abril, a alta do índice deve ser puxado pelos vestuários, consequência da coleção inverno.

Em alta
Análise da GPC Consultores Associados feita com o IPC da Fipe, além do IPC-r e do IGP-M, prevê que a inflação de março deve oscilar entre o mínimo de 2,46% e o máximo de 3,12%.
Para abril, a previsão da GPC é que a taxa fique entre 2,75% e 3,27%. A consultoria avalia que a tendência da inflação é de subir depois de fevereiro.

Texto Anterior: Poupança volta a ser rentável
Próximo Texto: TRF mantém liminar contra expurgo do Plano Real
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.