São Paulo, sábado, 25 de fevereiro de 1995
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Diadema cria corpo de dança comunitário

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Está surgindo uma nova companhia de dança em São Paulo. Com as dificuldades enfrentadas pelos grupos patrocinados pelo poder público em todo o Brasil, a Prefeitura do Município de Diadema resolveu criar uma nova forma de manter um corpo estável de balé.
Fundada em 2 de fevereiro, a Companhia de Dança de Diadema reúne 11 bailarinos (seis mulheres e cinco homens). Dois são do município. Os demais, de vários lugares do país, como Fortaleza, Rio, Campinas. Alguns já dançaram no Balé da Cidade de São Paulo.
Ao ingressar no grupo, todos concordaram em colaborar com o equilíbrio financeiro e os objetivos comunitários da companhia.
Como não é possível, de imediato, depender de verbas muito altas para a manutenção do grupo e a produção dos espetáculos, os bailarinos vão dividir tarefas.
A cada nova produção, em sistema rotativo, cuidarão de detalhes como iluminação, figurinos, cenários, divulgação do espetáculo.
"A atuação abrangente permite que os integrantes do elenco ampliem seus conhecimentos", diz Ivonice Satie, idealizadora e coordenadora do grupo, que também dirige o Balé da Cidade de São Paulo.
Segundo Ivonice, essa espécie de cooperativismo talvez seja um jeito pioneiro de fazer funcionar uma companhia de dança hoje em dia, no Brasil.
Na Companhia de Dança de Diadema, todos também estão sendo estimulados a dar aulas e coreografar. As tarefas ultrapassam a sala de ensaios e o palco. Paralelamente ao período semanal de trabalho, de segunda a sexta-feira das 11h às 17h30, o elenco reserva as quartas-feiras para atuar nos centros de cultura e favelas.
"A proposta é expandir o que se constrói no interior da companhia", afirma Elmir de Almeida, chefe da Divisão de Cultura do Departamento de Educação, Cultura e Esportes da Prefeitura de Diadema.
"Esperamos que a Companhia de Dança de Diadema conquiste status semelhante à Lira Musical de Diadema", afirma.
Almeida não informa o valor dos salários dos bailarinos que, por enquanto, trabalham sob contrato de prestação de serviços, renovado a cada três meses.

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