São Paulo, sábado, 25 de fevereiro de 1995
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Incidente vira questão interna

ANDRÉ FONTENELLE
DE PARIS

O caso de espionagem, que tinha ar de grave incidente diplomático, torna-se cada vez mais uma questão interna francesa.
A reação quase indiferente dos EUA, insinuando que tudo não passaria de propaganda eleitoral, irritou o ministro francês do Interior, Charles Pasqua.
Dentro de dois meses, os franceses irão às urnas escolher o novo presidente. O premiê Balladur é candidato.
Descobrir espiões seria uma boa oportunidade para Pasqua, maior aliado de Balladur e cotado como futuro premiê, mostrar serviço.
Tanto Balladur quanto Pasqua tiveram a popularidade abalada por um escândalo de grampos telefônicos, em que o governo pode estar envolvido.
A divulgação do caso dos espiões serviria também para desviar a atenção das escutas telefônicas.
Antes considerado um trunfo da campanha eleitoral de Balladur —chegou a ser apontado em pesquisas como o mais popular ministro do gabinete—, Pasqua já é visto com um empecilho às aspirações políticas do premiê.
Ele entrou em confronto velado com o ministro das Relações Exteriores, Allain Juppé, partidário da campanha de Jacques Chirac, o principal adversário conservador a Balladur.
(AFt)

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