São Paulo, sábado, 25 de fevereiro de 1995
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Fronteira Peru-Equador; O preço da medicina; "Anuário dos Trabalhadores"; Elogios a Edmundo; 74 anos da Folha

Fronteira Peru-Equador
"Com ocasião da visita que fizéramos a esse prestigioso jornal, a missão especial de embaixadores do meu país teve a oportunidade de explicar e esclarecer todas as informações tendenciosas e que não se ajustam à verdade, proporcionadas pelo Equador. O caso é que na edição de 22/02 publicou-se, à pág. 2-11, o artigo intitulado 'Peru diz aceitar qualquer decisão dos avalistas', da Redação do jornal. O primeiro parágrafo, cito literalmente: 'O governo do Peru está disposto a aceitar qualquer decisão dos países avalistas do Protocolo do Rio sobre suas fronteiras com o Equador, mesmo que isso implique reconhecer como equatoriana alguma localidade que considera sua'. Considero que houve uma má interpretação das palavras ditas pelo embaixador Gonzalo Fernández Puyó, que ao mencionar aceitar qualquer decisão dos países avalistas do Protocolo do Rio de Janeiro de 1942, referiu-se ao mesmo, que no artigo nono manifesta o seguinte: 'Fica entendido que a linha anterior descrita será aceita pelo Peru e o Equador para demarcação, pelos técnicos, no terreno da fronteira entre os dois países. As partes poderão, no entanto, ao proceder ao traçado sobre o terreno, outorgar-se as concessões recíprocas que considerem convenientes, com a finalidade de ajustar a referida linha à realidade geográfica. Ditas retificações se efetuarão com a colaboração de representantes dos Estados Unidos da América, República Argentina, Brasil e Chile', e não como manifesta, que implica reconhecer como equatoriana alguma localidade que o Peru considere sua. Devo indicar, para um melhor entendimento, que os países avalistas não tomam decisões nem impõem seu critério, tanto ao Peru como ao Equador, senão colaboram para concluir, como dispõe o artigo quinto do Protocolo, até a demarcação definitiva da fronteira, que como é do conhecimento de V. Sas., só faltam aproximadamente 80 kms, dos mais de 1.600 km que já foram demarcados. Tudo isso dentro do parecer do árbitro, o capitão Braz Dias de Aguiar, e ajustando-se estritamente ao Protocolo que recentemente o Equador aceitou e que o Peru saudou dito reconhecimento. Também, na mesma página, sob o título 'A região em disputa', aparece no mapa, em destaque, 'Área cedida ao Peru pelo Protocolo do Rio de Janeiro de 1942'. Devo esclarecer o seguinte: o Protocolo de 1942 não concedeu nenhuma área ao Peru porque já lhe pertencia há muitos anos, com títulos de propriedade e que o Equador, de forma por demais fantasiosa, pretende que seja sua, sem nenhum título que possa exibir. Esses territórios nunca pertenceram ao Equador e nunca tiveram posse deles. O Peru nasceu já com esses territórios, que figuram na primeira Constituição peruana."
Enrique A. Palacios Reyes, cônsul geral do Peru (São Paulo, SP)

Nota da Redação - A Folha mantém as informações publicadas. A entrevista foi gravada. À pergunta "Caso os peritos nomeados pelos 'garantes' decidam que uma determinada localidade que o Peru considera sua, hoje, pertence na verdade ao Equador, o Peru estaria preparado para aceitar essa decisão?", Gonzalo Fernández Puyó respondeu "sim" e observou que o artigo 9 do Protocolo do Rio fala de "concessões recíprocas para buscar a paz".

O preço da medicina
"Quanto ao artigo de Gilberto Dimenstein da edição de 19/02, chamo a atenção para um aspecto que considero de suma importância, que é o arrefecimento da paixão do médico pela medicina, casamento considerado perfeito até onde existiu fidelidade recíproca. Mas, a partir do momento onde esta encantadora dama (a medicina) se sofisticou e encareceu, tornou-se difícil satisfazer aos seus caprichos..."
Paulo Davim, presidente da Associação Médica do Rio Grande do Norte (Natal, RN)

"Não bastassem as dificuldades da profissão (péssimas condições de trabalho, povo doente e miserável, salário aviltante, R$ 2,00 por consulta), ainda temos que aturar o sr. Dimenstein, que a meu ver tem ódio de médico (generaliza sempre que pode). Convido o sr. Dimenstein a sair de seu gabinete e vir passar um dia conosco para sentir na pele o que estamos passando."
Bruno Pompeu Marques (Santos, SP)

"Naturalmente, algo tem que ser feito para se evitar a cobrança 'por fora' pelo médico dos pacientes em hospitais conveniados do Sistema Único de Saúde, e a saída com certeza é uma melhor remuneração para eles. Entretanto a idéia do dr. Jatene quanto a transformação do ilegal em norma, permitindo que os médicos possam cobrar através dos hospitais uma importância complementar do paciente internado pelo SUS, é bastante arriscada, pois privilegiará também os diagnósticos sofisticados e as cirurgias de grande porte."
Carlos Eduardo Monteiro, (São Paulo, SP)

"É muito comum médicos ou hospitais privados (conveniados ao SUS) extorquirem pacientes com a cobrança do 'por fora'. Soubemos agora, por intermédio de Gilberto Dimenstein (19/02), que o ministro Jatene pretende permitir essa prática. A idéia do ministro não resolve o problema da assistência, mas deixa de considerar criminosos aqueles que sonegam atendimento em benefício de seu próprio lucro. Pelo que se lê em sua coluna, o jornalista Dimenstein mantém contato frequente com o ministro da Saúde, e divulga os seus suspiros e intenções com benevolência."
José Augusto Vasconcellos Neto (Campinas, SP)

"Anuário dos Trabalhadores"
"Com relação à matéria publicada dia 14/02 em Dinheiro (pág. 2-5), intitulada 'Setor de serviços gera mais postos de trabalho', gostaríamos de tecer algumas observações no sentido de melhor informar o leitor dessa Folha. A publicação, na verdade, não é um levantamento ou uma pesquisa como citado na matéria, e sim uma organização de várias informações estatísticas acerca de dados socioeconômicos, oriundos de inúmeras fontes, entre as quais o Dieese, de relevância à sociedade e ao movimento sindical, cujo objetivo é municiar o seu usuário de informações de forma prática (por ser de bolso) e ágil. Faltou informar também que a referida publicação denomina-se 'Anuário dos Trabalhadores —1995'."
Eduardo A. F. Matosinho, secretário técnico do Banco de Dados Macroeconômicos do Dieese (São Paulo, SP)

Elogios a Edmundo
"Parabéns a Matinas Suzuki Jr. pelos merecidos elogios ao craque Edmundo. As pessoas inteligentes acabam gostando do polêmico jogador."
Vicente Limongi Netto (Brasília, DF)

74 anos da Folha
"Em nome da diretoria da Confederação Nacional da Indústria e no meu próprio, venho congratular-me com V. Sa. pela passagem de mais um aniversário da fundação do jornal, uma das mais representativas expressões da imprensa brasileira, com uma larga folha de serviços prestados à nação."
Mario Amato, presidente da Confederação Nacional da Indústria —CNI (São Paulo, SP)

"São 74 anos de história, de informação, de ética, de responsabilidade, de cotidiano, de informática, de esporte, de empregos, de mundo, de Brasil, de veículos e de mais, muito mais."
Caetano Vasconcelos, (Pedro Leopoldo, MG)

A Folha agradece as mensagens pela passagem de seu 74º aniversário que recebeu também de: Albano Franco, governador do Estado de Sergipe; Pedro Sirotsky, vice-presidente da Rede Brasil-Sul —RBS; Fausto Martello, deputado federal; Waldemar Fernandes Neves, presidente da Telecomunicações de São Paulo S/A —Telesp; Claudionor Lisboa, comandante geral da Polícia Militar; Manoel Morata Almeida, comandante do CPOR-SP; Antonio Augusto Amaral de Carvalho, diretor-presidente da Rádio Jovem Pan; Victor Dauman e Maria Inês Luchesi, diretores da Mavicman Cultura Desenvolvimento Tecnologia; Gilberto Mansur; Cleinaldo Simões; Déo Costa Ramos, secretário de Saúde de Goiânia; Renato Pavan, Míriam Garrido, diretora da Garrido Marketing & Comunicação; Mário Albanese, presidente do Instituto Brasileiro de Direito Autoral; José Carlos de Siqueira Ferreira; Hans-Jacob Niklaus; Odair Valentini; Manuel Seabra Suarez; Associação Riograndense de Imprensa e Clube Espéria.

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