São Paulo, domingo, 26 de fevereiro de 1995
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Atlas mostra os pontos de vista dos povos

ROGÉRIO SIMÕES

O atlas histórico do "The Times" nasceu da necessidade de se criar uma publicação que mostrasse a história mundial do ponto de vista dos povos de cada região.
É o que diz o criador do livro, Barry Winkleman, que dirigiu até o ano passado a "Times Books", editora do atlas.
Winkleman teve a idéia de produzir a obra no final dos anos 60. Depois de alguns anos amadurecendo o projeto, ele conseguiu reunir cerca de 80 dos melhores historiadores, de todas as partes do mundo, para desenvolver o livro.
"Eu pedi a eles que olhassem para a história de uma forma diferente, para saber quais eram as grandes histórias a serem contadas", afirma.
Para proporcionar as imagens necessárias ao seu projeto, Winkleman decidiu não contratar cartógrafos, mas ilustradores, para desenhar os mapas do livro.
A primeira edição, publicada em 1978, levou seis anos para ser concluída e consumiu 500 mil libras (US$ 800 mil, em valores de hoje).
Desde então, o atlas foi atualizado diversas vezes e chegou à sua quarta e atual versão, editada pelo professor Geoffrey Parker, da Universidade de Yale (EUA), em 1993.
Segundo o diretor editorial da "Times Books", Thomas Cussans, as mudanças no Leste Europeu, a partir da queda do muro de Berlim, em 1989, foram marcantes na decisão de fazer a quarta edição do atlas.
Mas Cussans diz que a parte do livro que mais recebe novas contribuições a cada atualização são os capítulos sobre a pré-história, por causa das inúmeras descobertas arqueológicas feitas a cada ano.
Os acontecimentos recentes também mudaram a perspectiva e a interpretação da história, registrada na nova edição.
Um dos que contribuíram com o livro, o professor de arqueologia Henry Hurst, da Universidade de Cambridge, diz que sua análise sobre a economia do império romano foi modificada pelo colapso econômico do Leste Europeu.
"O livro é uma combinação entre as novas descobertas e uma nova discussão sobre o que é importante", afirma Hurst.
Barry Winkleman esteve na maioria dos países em que o atlas foi lançado e afirma que sempre recebeu dos historiadores locais novas informações para as próximas edições.
"Os historiadores indianos, por exemplo, sabem muito mais sobre a história da Índia do que os britânicos", diz.
A participação de professores do mundo todo fez com que o atlas fosse produzido com uma independente e global visão da história, diz Winkleman. Segundo ele, desde que foi lançada a idéia do livro, mais de 200 historiadores deram sua contribuição à obra.

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