São Paulo, domingo, 26 de fevereiro de 1995
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Dicas de frequentadores assíduos ajudam desavisados a sobreviver

DA REPORTAGEM LOCAL

Dicas de frequentadores assíduos pode ajudar desavisado a sobreviver
Enfrentar foliões alcoolizados, maridos enfezados ou grupos de adolescentes loucos por uma boa briga acaba fazendo muitos desistirem de frequentar os bailes carnavalescos em São Paulo.
Algumas dicas dos frequentadores assíduos podem ajudar a sobreviver os quatro dias sem ter que ir para casa mais cedo por causa de algum acontecimento indesejável.
Antes de qualquer coisa, é preciso se informar sobre qual clube ou casa de shows oferece o tipo de baile desejado.
Locais como o Pinheiros, Paulistano e até o São Paulo ou o Palmeiras oferecem o baile mais "família". Já o Olympia ou o Sírio podem ser mais "ousados".
As mulheres que não querem ser assediadas devem evitar as roupas extremamente curtas ou transparentes e ir sempre com uma turma de amigos.
"Mesmo que seja uma turma só de mulheres, inibe o assédio. E é claro, nunca fique até o final do baile, porque só vai encontrar os chatos e os bêbados", afirma a publicitária Nícia Alves, 21.
Segundo o estudante Mario Sérgio Moutinho, 18, há mulheres que "pedem para ser atacadas".
"Elas chegam perto dançando, olham bastante, dão um sorriso, chegam a encostar e se esfregar na gente, depois fazem a mesma coisa com os outros homens. Normalmente, estão de roupa branca e transparente por causa do suor."
Para o publicitário Nelson Doretto Junior, 26, a regra número um para sobreviver a um baile de Carnaval é "não mexer com a mulher dos outros".
"É claro que nem sempre você sabe que ela é mulher de outro. Não dá tempo de olhar muito. Quando você vê alguém que interessa, tem que arriscar, porque corre o risco de nunca mais encontrar essa pessoa", disse.
Mas, segundo Doretto, apesar de seguir as regras, "sempre pode-se ter o azar de encontrar alguém que foi ao baile só para brigar e ele cismar justo com você".
Já o encarregado de importados do Pão de Açúcar, José Carlos Gonçalves Caporal Junior, 26, acredita que nada pode estragar um baile de Carnaval se a intenção é apenas se divertir.
"Quem for ao baile para arrumar encrenca cada vez que algum homem se encostar em sua namorada, é melhor ficar em casa. Em um local cheio de gente pulando, é claro que vai encostar", disse.
A estudante Ana Carolina Lagoa, 20, prefere pular Carnaval em baile do interior do Estado. "Vai a família toda e você já conhece todas as pessoas, já sabe quem são os canalhas", disse.
Ana Carolina diz que nunca teve problemas de assédio. "Não acho que a mulher tem que se cobrir. Pode ir vestida como quiser, mas usar fio dental e dançar em cima da mesa não dá."

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