São Paulo, domingo, 26 de fevereiro de 1995 |
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Consumidora perdeu motivação para poupar
SUZANA BARELLI
"As opções das lojas estão maiores, inclusive com os importados, e os preços estão praticamente estáveis", diz Maria José. Sua economia, antes guardada na poupança, está indo também para quitar os cheques pré-datados. Mãe de três filhos adolescentes, Maria José vive com uma renda mensal de R$ 3.000 —resultado do salário de diretora de um centro de saúde e dos plantões. Diversos dos seus hábitos mudaram com o Real. Ela conta que deixou de armazenar alimentos, para se prevenir da inflação, e agora consume mais produtos "supérfluos". "Uso também mais combustível porque sei quanto irei gastar no final do mês. Dá para controlar." No caso de serviços, ela conta que um encanador queria lhe cobrar R$ 120 para trocar uma válvula hidra. O serviço acabou sendo feito por R$ 80. "Mesmo assim é muito caro, são duas consultas médicas", calcula. A alta no preço de uma diarista (que na sua região varia entre R$ 20 e R$ 25) também a fez dispensar o serviço. "Agora só uso diarista uma vez ou outra, quando é necessário." Maria José se diz preocupada com os gastos com educação dos filhos. "Sei que a mensalidade vai aumentar no começo das aulas." Nos tempos do Real, Maria José também tentou comprar o seu carro "popular" e desistiu pelo ágio e pelo tempo de espera. A saída, diz, foi comprar um Gol CL, ano 91, por R$ 8.000. (SB) Texto Anterior: Mexicano perde com inflação Próximo Texto: Indústrias mantêm investimentos em populares Índice |
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