São Paulo, domingo, 26 de fevereiro de 1995
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Advogado vira cantor sertanejo

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Durante a semana, o advogado Paulo José Boltnn Leite, 23, trabalha no escritório. No fim-de-semana, tira terno e gravata e vira Paulo José, "A Voz do Rouxinol".
Quando começou a cantar, há dez anos, queria se dedicar exclusivamente à música. Hoje se divide entre o direito e seus shows sertanejos realizados em todo o Estado, como Festa do Peão de Boiadeiro e aniversários de cidades.
Questionado sobre como se sente melhor, ele responde meio na dúvida. "Que pergunta, hein? Acho que como cantor. Mas a advocacia tem seu fascínio."
O lado roqueiro está até em altos escalões. O vice-presidente de Recursos Humanos da American Express, Jorge Fornari Gomes, 46, por exemplo, é vocalista, gaitista e guitarrista da "Double G", banda de rock que desde 1965 toca músicas dos anos 60 e blues.
Como um bom homem de RH, diz ter "recrutado" seus músicos entre profissionais. Ele não usa nenhuma "alegoria" que denuncie a condição de roqueiro.
Usou cabelo comprido até 1975. Na época, era gerente de RH da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), mas não era importunado por isso. "Era diferente. Naquela época, todo mundo usava."
Gomes diz que em sua empresa não existe preconceito. "Temos de tudo aqui: brinco, cabelo comprido. Há uma funcionária que cada dia vem com o cabelo de uma cor. É uma prova de jovialidade."
"Não lembro de nenhum vendedor de cabelo comprido. As regras de um certo grupo surgem sem que se estabeleçam."
O vice-presidente acha produtivo que as pessoas diversifiquem suas atividades fora do trabalho. "Assim a cabeça fica mais aberta. Você passa a ter outros modelos de referência e se desenvolve mais", explica.
(LPz)

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