São Paulo, domingo, 26 de fevereiro de 1995
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Amistosos no Japão são um mal necessário ao São Paulo

TELÊ SANTANA

Após duas partidas dirigindo o São Paulo no Campeonato Paulista, posso tirar as primeiras conclusões sobre o torneio.
O São Paulo está com uma boa equipe e, com exceção do jogo contra a Portuguesa, tem feito atuações convincentes.
Os adversários, como prevíamos, estão em um bom nível, deixando o campeonato muito equilibrado. Certamente, ele se tornará ainda mais vibrante.
Lamentável até agora é a falta de estádios em condições e os campos ruins que estamos enfrentando.
A parada no campeonato para o Carnaval permitiu que nós fizéssemos uma excursão ao Japão, onde disputaremos três amistosos.
Esses jogos no Japão serão importantes no aspecto financeiro do clube, já que o Campeonato Paulista, no início, é deficitário.
Mas no aspecto técnico, eles serão prejudiciais ao time. O São Paulo volta ao Brasil numa quinta-feira e no dia seguinte já tem jogo pela Copa do Brasil.
Dois dias depois, enfrentaremos o Palmeiras pelo Paulista.
Pelo menos a excursão servirá para conhecermos a evolução do futebol japonês, que está buscando uma vaga na Copa de 98 e quer sediar a de 2002. O intercâmbio é sempre bom.
Eu sempre achei também que o japonês leva jeito para o futebol. Eles têm o estilo semelhante ao sul-americano, de criatividade, gingas etc.
Isso talvez explique o fracasso de treinadores e jogadores europeus no país.
Na minha opinião, o japonês se interessou pelo futebol, porque este é um esporte onde o pequeno pode vencer o grande.
Na volta ao Brasil, espero que o time do São Paulo já esteja no ponto.
O elenco este ano é muito equilibrado. Os jogadores contratados foram bem escolhidos e os que subiram das categorias de baixo vieram com muita força.
Em quase cinco anos de São Paulo, talvez seja o grupo mais forte com quem eu trabalhei.
É importante também que o calendário seja respeitado e não sufoque demais os clubes.
Nos anos anteriores, com tantas competições simultâneas, os jogadores do São Paulo chegavam a perder a noção da importância de cada jogo.
Um calendário decente facilitaria os treinos e a recuperação dos atletas contundidos.
Neste primeiro semestre, além do Campeonato Paulista, teremos a Copa do Brasil, que ganhou importância.
Além de classificar um time para a Libertadores, o torneio dá condições para conhecermos praticamente todos os adversários que enfrentaremos depois no Campeonato Brasileiro.

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