São Paulo, domingo, 26 de fevereiro de 1995
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O momento da escolha

SÉRGIO MAUÁD

O comprador deve agir como em um shopping, comparando ofertas
O mercado imobiliário está com boa dinâmica —com preços achatados e condições de pagamento esticadas. As ofertas são abundantes e o comprador tem várias opções de escolha. Sua postura deve ser a de quem faz shopping: analisar, comparar e então se decidir, aproveitando a oportunidade.
Os prazos de pagamento são os mais variados. Existe o autofinanciamento, em que o número de prestações não acarreta maiores custos financeiros. E existe o convencional, tipo SFH (Sistema Financeiro da Habitação), no qual o prazo excessivo traz considerável carga de juros.
A decisão pelo prazo deve atender o poder de compra do interessado, sem que ele se deixe ser atraído, impulsivamente, pelo baixo valor da prestação a perder de vista. Isso também vale para o financiamento direto da vendedora.
Outro fator importante são as características arquitetônicas do empreendimento. A concorrência tem levado construtoras e incorporadoras a soluções criativas de aproveitamento de espaços, de circulação interna, de arejamento e de proteção da face sul, em especial num clima como o da cidade de São Paulo.
O paisagismo é fator importante no conjunto. A compra não se resume ao empenho para se ter a propriedade. Tão importante é analisar os aspectos de manutenção futura. Deve ser fácil e de baixo custo.
A arquitetura deve preservar harmonia de formas, integração na paisagem urbana e jamais cair em modismos ocasionais. Os materiais utilizados devem ser duráveis e práticos.
As vagas de estacionamento são parte importantíssima do projeto. Seu custo pesa substancialmente no preço final do produto; quanto menor a área útil do imóvel, mais ônus traz ao preço. Esse fato tem levado as construtoras, no caso de condomínios de apartamentos compactos, às garagens administradas. Cada usuário pode ter uma vaga comprada, mas pode utilizar outras por locação.
O sistema tem de positivo carrear receita para o condomínio, melhorar as condições de segurança patrimonial e oferecer maior conforto.
A imprensa tem auxiliado muito no esclarecimento ao público, trazendo os preços médios por região da cidade de São Paulo, reportagens informativas de como proceder numa compra e de como se assessorar —juridicamente, com engenheiros ou arquitetos.
É imprescindível ter informações da construtora e incorporadora e, em especial, conhecer sua tradição no mercado.
O momento é oportuno para a compra, seja para uso próprio ou para investimento. Há grande demanda para locação. A legislação está mais equilibrada, prevendo, em determinadas condições, direito de retomada do imóvel, no caso das locações residenciais. Existem boas oportunidades também em imóveis comerciais, a preços convidativos.
Imóvel é a moeda mais forte que existe. Se tem menor liquidez do que outros ativos, em contrapartida oferece segurança, é imune a planos econômicos e sua rentabilidade, ao longo do tempo, é sempre das melhores.

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