São Paulo, domingo, 26 de fevereiro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Informação circula sem censura
HELIO GUROVITZ
Além do material racista, fotos e textos pornográficos também circulam livremente pela rede. Assim como o canadense Ken McVay, a maior parte dos participantes do grupo de discussão sobre censura (alt.censorship) é contra intervenções sobre esse tráfego. E não são os únicos. "Não é possível ficar censurando tudo o que passa pela rede. A responsabilidade pelo que lê deve ser do usuário final", diz Maurício Assunção, chefe da Divisão de Serviços Telemáticos da Embratel. Segundo ele, a assessoria jurídica da empresa está cautelosamente estudando a quem cabem as responsabilidades legais para esse tráfego de informações. A partir de maio, deve ser aberto o uso comercial da rede no Brasil. Segundo Assunção, as empresas que se conectarem estarão plenamente sujeitas à legislação brasileira. " O prestador de serviços (a Embratel, no caso) pode em teoria até inibir algumas ligações, mas a responsabilidade é de quem dá o endereço e de quem acessa", diz. De acordo com Assunção, a Embratel não tem poder fiscalizador. Com Assunção concorda um dos pioneiros da Internet no Brasil, que preferiu não ser identificado. "Também é possível ser racista por telefone, e nem por isso alguns números telefônicos devem ser grampeados ou cortados", diz. Para ele, a rede não passa de uma nova forma de telefone ou correio que vai estar cada vez mais à disposição da população. Nesse caso, como para os demais meios de comunicação, o princípio básico é poder ouvir tudo, mas não falar tudo. O nazi-servidor estaria apenas ouvindo pedidos de informação. É quem faz o pedido via Internet que deve se responsabilizar pelo ato no país de origem. Texto Anterior: Usuário reúne provas do Holocausto Próximo Texto: Alemanha ainda caça criminosos de guerra Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |