São Paulo, segunda-feira, 27 de fevereiro de 1995
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Governo financia milícias

AURELIANO BIANCARELLI
DO ENVIADO ESPECIAL

O governo da Colômbia está oferecendo armas e salários para milícias atuarem em Medellín. Elas foram formadas sob a influência dos vários grupos guerrilheiros e se atribuem a missão de proteger os bairros onde atuam.
Armados e organizados, as milícias fazem uma "limpeza social", eliminando ladrões, pequenos traficantes, estupradores, homossexuais e fumadores de maconha.
Nos bairros onde agem, a polícia não entra. Para enfrentar os mais de 5.000 homens dessas milícias, o governo propôs um "acordo de paz". Pediu a eles que entregassem as armas e ofereceu armamento novo, uniforme, salário de US$ 150 mensais, e a missão de proteger a comunidade.
No lugar de matar, essas "cooperativas" deveriam entregar os supostos culpados à polícia.
Apenas três das oito grandes milícias da cidade aceitaram o acordo. Cerca de 750 homens entregaram suas "shangons" —escopetas de cano serrado— e estão desfilando com "charangons" —semi-automáticas com oito cartuchos calibre 12.
O acordo deve durar dois anos. Depois as duas partes e os moradores dos bairros farão um balanço. Se o saldo for negativo, o governo vai tomar as armas de volta. Se for capaz.
(AB)

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