São Paulo, segunda-feira, 27 de fevereiro de 1995
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Autor fez obra-prima aos 25

JOSÉ GERALDO COUTO
DO ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES

Adolfo Bioy Casares sempre foi precoce: aos 15 anos publicou seu primeiro livro, "Prólogo"; aos 25, escreveu sua obra-prima, "A Invenção de Morel".
Este livro excepcional, que inspirou o filme "O Ano Passado em Marienbad", de Alain Resnais, narra a história de um fugitivo que vive numa ilha onde aparecem seres com os quais não consegue se comunicar; descobre depois que se trata de projeções tridimensionais das imagens e vozes de pessoas captadas por um invento fabuloso.
Depois de publicar "Plan de Evasión" (1945), decidiu deixar de lado o fantástico e escrever sobre "os fatos da vida". Embora tenha voltado a escrever narrativas fantásticas, passou a se concentrar mais no tema do amor e dos desencontros afetivos.
Sua prosa é elogiada pela clareza, precisão e elegância. Além de contos e romances, escreveu ensaios e memórias (leia ao lado). Organizou uma antologia do tango argentino que nunca publicou.
Com Borges, Bioy Casares escreveu contos policiais assinados com os pseudônimos de H. Bustos Domecq e B. Suárez Lynch. Juntos, os dois organizaram antologias de literatura fantástica e policial, dirigiram coleções, escreveram argumentos de cinema.
Com sua mulher Silvina Ocampo, Bioy escreveu o romance de mistério "Los que Amam Odian".
Em 1990, recebeu o Prêmio Cervantes, o mais importante da língua espanhola. Seu próximo livro deverá ser um volume de contos, "Irse" (Partir), do qual já tem "umas 70 páginas".
(JGC)

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