São Paulo, segunda-feira, 27 de fevereiro de 1995 |
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Memórias são painel literário
JOSÉ GERALDO COUTO
Um dos pontos centrais do livro é a complexa relação de Bioy Casares com a escritora Silvina Ocampo, com quem foi casado por mais de 50 anos (ela morreu em 93). O escritor teve inúmeros amores fora do casamento —e Silvina soube de todos eles. Uma das passagens mais saborosas do livro narra o encontro do autor com Breton em Paris. Bioy detestou o poeta francês (que lhe pareceu "um suboficial do Exército") e suspirou pela bela garota indochinesa que o acompanhava. Outro trecho fala da compra de um trailer com que o casal Bioy/Ocampo sonhava percorrer o interior da Argentina. Depois de inúmeros transtornos, Bioy descobriu "a diferença entre a idéia de felicidade e a felicidade mesma". Bioy Casares perdeu no ano passado a única filha, Marta, num desastre de carro. Mora há 41 anos no mesmo apartamento, no bairro da Recoleta, que hoje divide com dois dos três netos. Escreve todas as manhãs, à mão, desde que datilografar lhe trouxe dores de coluna. Elegante como um lorde inglês, passeia todas as tardes com seu terno e bengala pelas ruas do bairro. (JGC) Texto Anterior: Autor fez obra-prima aos 25 Próximo Texto: Coluna Joyce Pascowitch Índice |
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