São Paulo, terça-feira, 28 de fevereiro de 1995
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Produto rende 4 vezes mais do que o mel

DA REPORTAGEM LOCAL

Graças à demanda japonesa, a produção de própolis é a atividade que mais cresce dentro da apicultura brasileira.
Paulo Sommer, presidente da Confederação Brasileira de Apicultura, calcula que a produção vem registrando crescimento de 30% ao ano, desde 92.
"Isto significa que o aproveitamento comercial saltou de 50 toneladas/ano para 200 toneladas/ano no mesmo período", afirma.
Os preços para o produtor no mercado nacional, estimulados pela alta cotação japonesa, saltaram de US$ 10 para US$ 30 por quilo, com lucro de 100%.
Sommer avalia que o custo de produção é de US$ 15/quilo.
"Com a própolis, o apicultor pode ter um rendimento quatro vezes maior do que com o mel", afirma José de Abreu, presidente da Conap.
Segundo ele, com a venda de 20 quilos de mel produzidos por 30 mil abelhas durante o ano, a US$ 2/quilo, o produtor obtém US$ 40.
A mesma colméia pode render 1,2 quilo de própolis por ano, o que corresponde a US$ 120, se o produto for exportado.
Sommer recorda que há pouco tempo a própolis era indesejável nas colméias, pois dificultava a retirada dos favos de mel e das crias.
"Hoje essa situação se inverteu e os produtores buscam colméias que produzam grandes quantidades de própolis", afirma.
Algumas medidas adotadas para melhorar a produtividade são a seleção de matrizes e a abertura de frestas nas colméias, que são fechadas pelas abelhas com própolis.
Outro cuidado é a redução na colheita de mel, para garantir alimento e condições para que o enxame produza própolis o ano todo.
Os maiores produtores são Santa Catarina, com 40 toneladas/ano, Paraná, com 32 toneladas/ano e Rio Grande do Sul, com 25 toneladas/ano.

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