São Paulo, terça-feira, 28 de fevereiro de 1995
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Presidente tenta atrair Chile para o Mercosul

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso viaja hoje para o Uruguai, onde assiste à posse do presidente eleito Julio Maria Sanguinetti. Do Uruguai, FHC vai para o Chile, país onde esteve exilado na década de 60 e que pretende atrair para o Mercosul.
O caráter sentimental da visita ao Chile é reforçado pela presença na comitiva de outros ex-exilados brasileiros naquele país, como os ministros do Planejamento, José Serra, e da Cultura, Francisco Weffort, além do senador Arthur da Távola (PSDB-SP) e do deputado Almino Affonso (PSDB-SP).
O governo brasileiro acredita que o momento é oportuno para tentar atrair o Chile para o Mercosul, do qual já participam Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
A avaliação é que a crise mexicana atingiu o Nafta, mercado comum da América do Norte, ao qual o Chile pretendia se integrar.
FHC e seus ministros terão reuniões com o governo e empresários chilenos, com o objetivo de tentar intensificar as relações econômicas entre os dois países.
FHC fará uma conferência na Cepal, centro de estudos econômicos da América Latina, onde trabalhou nos quatro anos em que viveu no Chile. O presidente vai abordar as mudanças econômicas que pretende promover no país.
Com o colega chileno, Eduardo Frei, FHC vai discutir a possibilidade de integrar, através de ligações ferroviárias e rodoviárias, os portos do norte do Chile com os de Santos e Paranaguá, no Brasil.
A integração facilitaria o acesso dos produtos brasileiros aos mercados da Ásia.
Às 15h, FHC transmite o cargo ao vice-presidente Marco Maciel, que assume pela segunda vez a Presidência da República disposto a manter a discrição. Maciel ficará quatro dias no cargo.
Em sua primeira interinidade, Maciel foi presidente por menos de quatro horas, quando Fernando Henrique Cardoso viajou para Foz do Iguaçu, no último dia 17.

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