São Paulo, terça-feira, 28 de fevereiro de 1995
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Estácio sai aos gritos de 'é campeã'

DA SUCURSAL DO RIO

Deu certo a mistura de Carnaval e futebol que a Estácio levou ontem ao Sambódromo, no segundo desfile do grupo especial do Rio.
Homenageando o centenário do Flamengo, fez uma das apresentações mais animadas deste ano. Levantou as arquibancadas e saiu sob um coro de "é campeã" e "já ganhou".
A Estácio entrou na avenida com os gritos de "Mengo". O samba calou as vaias de torcidas adversárias e fez a platéia repetir o "Uh-Tererê", grito de guerra rubro-negro.
Na concentração, a entrada da escola quase foi comprometida pelos fãs que pediam autógrafos, principalmente de Zico. Ele saiu num carro com Júnior, Nunes, Andrade e Adílio, campeões mundiais de clubes em 81.
Romário não desfilou. Ficou no camarote da Brahma e recebeu elogios do presidente do Flamengo, Kléber Leite. "Isso mostra que ele tem sensibilidade para entender que precisa se resguardar", disse Leite, negando ter proibido o atacante de entrar na pista.
Não foi essa a interpretação do carnavalesco da escola, Mário Borriello, responsável pela vitória do Salgueiro em 93. Segundo o carnavalesco, Romário teria colocado como condição para desfilar que tivesse um carro só para ele. Borriello não concordou, alegando que o jogador teria que desfilar junto com os outros atletas, no último carro da escola.
A alegria exagerada poderá custar pontos à escola. No final do desfile vários torcedores com camisa do Flamengo entraram na pista, o que poderá influir nas notas, uma vez que as camisas têm o nome de patrocinadores, o que é proibido pelo regulamento do desfile.
Depois da Estácio, foi a vez da Unidos de Vila Isabel, com um enredo sobre a história do dinheiro e homenageando ao real. Seguindo a linha ufanista, levou em seu último carro um sósia do presidente Fernando Henrique Cardoso. Apesar do luxo, não empolgou.
O último dia do desfile começou com a Unidos da Ponte, com enredo homenageando o Paraná e representantes de imigrantes que participaram da formação do Estado.
A quarta escola a desfilar foi a Mocidade. Com um enredo sobre as religiões, entrou na avenida enfrentando reclamações de igrejas evangélicas, que consideram o tema um desrespeito. Um grupo de hare krishnas se recusou a desfilar porque o carro alegórico destinado a eles tinha mulheres seminuas.

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Sobre o Carnaval do Rio nas páginas 3, 4, 5 e 8

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