São Paulo, terça-feira, 28 de fevereiro de 1995
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Supostos traficantes matam 3 PMs cariocas

DANIELA RIBEIRO; SERGIO TORRES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

SERGIO TORRES
Três policiais militares foram mortos por supostos traficantes quando passavam pela avenida Brasil no fim da noite de anteontem. O carro usado pelos PMs teve a carroceria perfurada por mais de 200 tiros, constatou a perícia.
Segundo testemunhas, o Voyage da corporação em que os PMs patrulhavam a avenida foi cercado em frente ao motel Windsor, em Santa Cruz (zona oeste), por um Santana escuro e um Fiat. A seguir, os ocupantes dos carros teriam metralhado os policiais.
O sargento Humberto Moreira, 35, o cabo Reinaldo Dourado da Rocha, 33, e o soldado Carlos Alberto Godinho Viana, 28, trabalhavam na CPTran (Companhia de Policiamento de Trânsito).
As testemunhas contaram que os assassinos ainda saltaram dos carros a fim de se certificar da morte dos PMs. Foram roubados três revólveres 38 que os PMs carregavam e uma submetralhadora.
O soldado Viana ainda teria tentado fugir, mas foi executado pelos homens ao lado do carro.
Policiais da 35ª DP, em Campo Grande (zona oeste), e do comando da PM suspeitam que o grupo seja liderado por Sidney Corrêa de Castro, o Índio, apontado como chefe do tráfico de drogas na favela de Antares, em Santa Cruz.
Segundo o coronel Paulo César de Oliveira, comandante do BPChoque (Batalhão de Polícia de Choque) da PM, Índio é novato na favela de Antares. "Ele é filho de uma família de classe média e assumiu o tráfico há pouco", disse Oliveira, que acompanhou o secretário da Segurança Pública do Estado, general da reserva Euclimar da Silva, no enterro do cabo no cemitério do Irajá (zona norte).
O cabo foi sepultado com honras militares. Policiais fardados dispararam três salvas de tiros. O caixão foi enrolado na bandeira do Brasil. O secretário disse que a chacina dos PMs significou "uma agressão à sociedade".
Silva afirmou que a polícia já tem pistas. "Nós vamos chegar aos autores. Nós temos mais ou menos idéias de quem são", disse ele, para quem os assassinos praticaram "uma ação de selvageria".

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