São Paulo, terça-feira, 28 de fevereiro de 1995 |
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EUA e França abafam caso de espionagem
ANDRÉ FONTENELLE
A embaixadora americana em Paris, Pamela Harriman, foi convocada para audiência ontem com o premiê Edouard Balladur. Foi o segundo encontro entre os dois desde que o caso foi revelado pelo jornal "Le Monde", na quarta-feira. Como da primeira vez, a embaixadora se recusou a fazer qualquer comentário à imprensa. A embaixada dos Estados Unidos informou que, a partir de agora, apenas Washington se pronunciará sobre o assunto. Balladur divulgou uma nota oficial, reafirmando sua "vontade de ver as relações entre França e Estados Unidos baseadas na confiança recíproca, na cooperação e na amizade". Antes do encontro com Harriman, o premiê francês se reunira com três de seus ministros: Charles Pasqua, do Interior; Alain Juppé, das Relações Exteriores, e François Léotard, da Defesa. Na reunião, Balladur pediu aos três ministros que não façam mais declarações sobre o caso. Nos últimos dias, os ministros Pasqua e Juppé se acusaram mutuamente, através de insinuações, de ter permitido o vazamento do caso à imprensa. O comunicado oficial do primeiro-ministro afirma que "nenhum comentário, público ou privado, será feito sobre os problemas criados pelas atividades de certos cidadãos estrangeiros no território nacional". A bronca de Balladur parece ter surtido efeito: em entrevista à TV, horas mais tarde, perguntado sobre o conflito com Pasqua, Alain Juppé se limitou a dizer que "cada ministro faz seu trabalho". O caso de espionagem estourou na quarta-feira. A França pedira à embaixada americana que enviasse de volta aos EUA cinco pessoas, entre elas quatro diplomatas, acusados de espionagem industrial e política para a CIA (central de inteligência americana). Texto Anterior: ONU retira soldados da Somália após 2 anos Índice |
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