São Paulo, terça-feira, 28 de fevereiro de 1995
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Bordón é candidato na Argentina

SÔNIA MOSSRI
DE BUENOS AIRES

A campanha presidencial argentina ganhou novo ritmo desde ontem, com a definição do senador José Octavio Bordón como candidato da Frepaso (Frente País Solidário) nas eleições de 14 de maio.
Bordón derrotou Carlos "Chacho" Alvarez por uma diferença de apenas 5% dos votos da convenção aberta da Frepaso, realizada na noite de domingo, com a participação de 500 mil eleitores em todo o país.
A Frepaso é uma aliança de centro-esquerda, que reúne a Frente Grande, Unidade Socialista, Democracia Cristã e o partido criado em setembro de 94 por Bordón, Pais (Política Aberta para a Integridade Social).
A vitória de Bordón pegou de surpresa os institutos de pesquisa de opinião, que apontavam "Chacho" Alvarez, da Frente Grande, como o favorito para ser o cnadidato da Frepaso.
O senador, de acordo com os resultados preliminares, vence com 52% dos votos.
Bordón poderá criar problemas para a candidatura do presidente Carlos Menem a um segundo mandato. Hoje, todos os institutos de pesquisa indicam que Menem ganharia no primeiro turno.
Atualmente, Menem tem uma posição confortável. Ele registra 43% das intenções de voto, de acordo com pesquisas oficiais da Casa Rosada.
O candidato a presidente pela UCR (União Cívica Radical), Horacio Massaccesi, despencou de 38% das intenções de voto em dezembro para menos de 18%.
Massaccesi não se licenciou do cargo de governador da Província de Rio Negro para concorrer à Presidência.
Há dois meses, esta Província enfrenta crise financeira, risco de quebra do banco estatal e atraso no pagamento do funcionalismo público.
Desde então, Massaccesi despencou nas pesquisas e provocou um a crise interna na UCR.
O desgate de Massaccesi e a indefinição do candidato da Frepaso favoreciam Menem.
A indicação de Bordón, um político conhecido nacionalmente, ao contrário de "Chacho", restrito à Província de Buenos Aires, deverá promover o crescimento da Frepaso nas pesquisas.
Enquanto "Chacho" passou os últimos 15 dias criticando o governo Menem, Bordón apresentou propostas concretas de governo.
Bordón repete que é preciso "levar a conversibilidade a todos os argentinos", defendendo reformas no sistema de previdência, saúde e educação.

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