São Paulo, terça-feira, 28 de fevereiro de 1995
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Caetano Veloso e ACM; Metrô é a solução; Questão indígena; Previdência oficial; Segurança em Israel; Pressa na privatização; Fraternidade; Farmácias em São Paulo; Prudência e responsabilidade; Saúde com Maluf; Dúvida

Caetano Veloso e ACM
"Faltava alguém do porte de Caetano Veloso para propor um basta ao coronelismo eletrônico de Antônio Carlos Magalhães (Folha, 27/02). Enquanto falta canal de expressão para quase 100% da população, a voz desse poderoso sr. é amplificada para todo o país sempre que ele precisa defender seus interesses e o de um restrito grupo. Até o presidente da República parece ser refém desse senhor. Sugiro que o grito de Caetano Veloso possa se transformar num movimento de cidadania."
Narciso Julio Freire Lobo (São Paulo, SP)

"Parabéns, Caetano Veloso, por defender o fim do domínio de ACM."
Nelson Pereira (Porto Feliz, SP)

Metrô é a solução
"O sr. Clóvis Rossi expressou em seu artigo de 24/02 um raciocínio que salta aos olhos, ou seja: que a única solução verdadeiramente eficiente e duradoura para o trânsito de SP é a ampliação das linhas de metrô. O que faz com que os sucessivos governos adiem tanto a construção de uma eficiente malha de metrô? Certamente não é só o problema da falta de recursos, pois outras obras muito caras e menos importantes estão por aí. O imediatismo político certamente pesa mais na opção de obras que se realizam dentro dos prazos de cada mandato. Caberá a todos nós uma pressão efetiva pela ampliação das linhas de metrô, em benefício de toda a cidade."
Sérgio Rosa, vereador pelo PT (São Paulo, SP)

"Clóvis Rossi está absolutamente correto. Não é preciso ser PhD em engenharia para desconfiar que ou se cuida do transporte de massas ou virá o colapso do trânsito. A tarefa de assentar trilhos para o transporte de massas, destinada sempre ao outro mandato, é tarefa dos deuses?"
Amador Gonçalves de Godoy Filho (São Paulo, SP)

Questão indígena
"Quase não pude acreditar no que meus olhos liam. A Galáxia Gutenberg é uma caixinha de surpresas. Professora da USP, discordando do artigo de um escritor e jornalista brasileiro, publicado na Folha, pede 'a colegas franceses que verifiquem se consta um doutorado em letras francesas no fichário central de teses, de autoria de Janer Cristaldo' (Painel do Leitor, edição de 22/02). Os colegas a quem solicitou ajuda não deram mostras de bons pesquisadores. É mais fácil achar centenas de mortos na selva amazônica, bem longe de Paris, do que encontrar um simples registro de defesa de tese na Sorbonne. É assim que se pesquisa? Estou aguardando que a professora peça desculpas, não só ao autor, mas aos leitores do jornal."
Deonísio da Silva (São Carlos, SP)

"Sugiro às duas juristas de Manaus que escreveram a propósito do artigo do sr. Janer Cristaldo (Painel do Leitor, 26/02) que promovam uma pesquisa no baixo meretrício de Boa Vista e Manaus, com a qual constatarão a alta incidência de prostitutas de origem indígena de primeira, segunda e terceira gerações. O índio ingressa no dito mundo civilizado nas camadas mais baixas da sociedade, quando não morre cultural ou biologicamente antes, em decorrência de doenças que lhes são levadas por civilizados."
Orlando Sampaio Silva (São Paulo, SP)

Previdência oficial
"Corretíssimo e muito oportuno o artigo do dr. Dalmo de Abreu Dallari a respeito da previdência oficial (edição de 27/02). O assunto não tem sido tratado com profundidade e abrangência pela mídia, contribuindo para a formação de opiniões errôneas, distorcidas, muitas vezes desvinculadas da realidade. As afirmações do dr. Dalmo vêm colocar a questão nos devidos termos e devem provocar nossas reflexões a respeito não só da previdência oficial, como também da previdência complementar facultativa que tem-se mostrado uma solução inteligente."
Sérgio Faraco (São Paulo, SP)

Segurança em Israel
"A respeito do texto de 9/02 de Turismo, de Marilene Felinto, vimos repudiar o trecho que diz respeito a Israel. As autoridades alfandegárias israelenses e os militares tratam os turistas e viajantes com rigor pela própria segurança dessas pessoas e do país. Sendo uma região em que houve muitos conflitos, é natural que ainda se mantenha esse tipo de atitude, podendo causar constrangimento e choque para alguns, mas que na verdade é uma proteção que lhes é oferecida."
Isaac Michaan, diretor da Vértice Turismo Ltda. (São Paulo, SP)

Pressa na privatização
"Por que querem que se privatize tudo o mais rápido possível? Onde estava a iniciativa privada na época heróica da criação da Petrobrás, quando se necessitava de tudo e não se conhecia praticamente nada? Agora que a Petrobrás é uma das mais sólidas empresas petrolíferas do mundo e que é líder mundial em pesquisa de petróleo em águas profundas, o interesse privado é manifesto e ansioso..."
Sebastião Carlos Lana (Itapuí, SP)

"Existem quatro tipos de empresas rentáveis: 1) companhia de petróleo bem administrada, 2) companhia de petróleo mal administrada, 3) banco bem administrado e 4) banco mal administrado. Pra que privatizar?"
Paulo Tavares (São Paulo, SP)

Fraternidade
"A Igreja Católica acerta ao escolher o tema da exclusão social para a campanha da fraternidade. E o mais avançado de tudo isso seria falar dos portadores do HIV, que representam um número grande e cada vez mais crescente. Na relação de excluídos de d. Luciano Mendes de Almeida faltam os homossexuais, que foram e são uma das categorias mais excluídas da sociedade, sendo massacrados desde a Inquisição até os campos de concentração dos nazistas, e ainda hoje lhes são negados os direitos de cidadania."
Toni Reis, presidente do Grupo Dignidade —Conscientização e Emancipação Homossexual (Curitiba, PR)

Farmácias em São Paulo
"Causou-me espanto a opinião do sr. Ronaldo J. N. de Carvalho, diretor-superintendente da Drogaria São Paulo, no Painel do Leitor de 9/02, que se refere à Lei de zoneamento para a instalação de novas farmácias em São Paulo. Não se trata de reserva de mercado. É preciso consciência para o fato de que a farmácia é uma unidade de saúde pública e é preciso atender critérios geográficos e demográficos para a instalação de novas drogarias. O medicamento não pode ser tratado como uma mercadoria qualquer."
Maria Helena Pinheiro (Olímpia, SP)

Prudência e responsabilidade
"Acompanhamos, apreensivos, o destino de funcionários do Baneser em divisões estaduais ligadas à Secretaria de Cultura. Obviamente reconhecemos e condenamos, como qualquer um, o empreguismo existente no Baneser. Mas é preciso prudência e responsabilidade em alguns casos."
Marcelo Meira Amaral Bogaciovas, presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia (São Paulo, SP)

Saúde com Maluf
"A saúde de nossa cidade realmente se encontra muito doente. Dá-se prioridade e investe-se no ser 'concreto', esquecendo-se do ser humano."
Gisele Sommer (São Paulo, SP)

Dúvida
"Na infância, quando ouvi a frase 'rouba, mas faz', achei um absurdo. Cinquenta anos depois, a frase é 'rouba e não faz', e não me sinto tão mal como naquele tempo. Será que regredi ou o Brasil ficou realmente podre?"
Gijo Kikuti (São Paulo, SP)

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