São Paulo, quarta-feira, 1 de março de 1995
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Buaiz vive crise com PMDB e tucanos

FERNANDA DA ESCÓSSIA
ENVIADA ESPECIAL A VITÓRIA (ES)

O governador petista do Espírito Santo, Vitor Buaiz, enfrenta sua maior dificuldade política em dois meses de administração.
O PMDB e o PSDB, aliados do segundo turno da eleição do ano passado, reclamam da pouca participação no governo e ameaçam derrotar Buaiz em votações na Assembléia Legislativa.
"Eles estão fazendo chantagem por cargos", afirma o presidente estadual do PT, Silvio Manuel do Santos. Vitor Buaiz, 51, é um dos dois únicos governadores eleitos pelo Partido dos Trabalhadores. No segundo turno foi apoiado por dez partidos e diz que montou um "governo de coalizão".
Em seu secretariado há nove petistas, das três tendências mais fortes do partido no Estado. O PSB, partido do vice-governador, tem três secretarias. O PSDB ficou com a Secretaria da Fazenda, e o PMDB, com o Banco de Desenvolvimento do Estado.
O problema é que o PMDB e o PSDB avaliam que os nomes não foram indicações partidárias e sim escolhas pessoais do governador. As bancadas estaduais dos dois partidos lançaram cartas afirmando que não participam do governo.
O PMDB se retirou até do Conselho Político, um órgão criado por Buaiz com representantes de todos os partidos que o apoiaram.
Buaiz chegou a pedir ao PMDB e ao PSDB uma lista de nomes que eles gostariam de indicar para o governo, mas não contava com a reação negativa das bancadas. "Queríamos saber qual a área disponível para o partido, antes de indicar alguém.", disse o presidente estadual do PMDB, o deputado federal Roberto Valadão.
Segundo ele, o governo Buaiz é uma apenas administração petista.
O secretário estadual do PSDB, deputado estadual Lelo Coimbra, faz a mesma cobrança. Quer mais espaço no governo. Buaiz diz que se recusa a "lotear cargos".

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