São Paulo, quarta-feira, 1 de março de 1995
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Governador desobedece PT e dá apoio a FHC

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA ENVIADA ESPECIAL

O governo Vitor Buaiz não vai seguir a proposta do PT de fazer oposição ao governo FHC. "O partido é de oposição, mas meu governo, não", disse.
Buaiz afirmou que, como governador, tem a "responsabilidade política" de ajudar o país a sair da crise e que só se posicionará contra FHC se ele defender políticas que prejudiquem os Estados.
O governador do Espírito Santo pertence à Articulação, tendência de centro dentro do PT da qual fazem parte o próprio Lula, o ex-deputado federal por São Paulo Aloizio Mercadante e o ex-prefeito de Porto Alegre Olívio Dutra.
Mercadante, vice-presidente nacional do PT, tenta justificar a posição de Buaiz. "O governo estadual tem uma preocupação administrativa. Sua oposição vai se clarificar na implementação de políticas diferenciadas", afirmou.
Só o PSDB capixaba vai na contramão da harmonia entre Buaiz e os tucanos. Mas o governador tem o compromisso de apoio do próprio FHC, que o recebeu em Brasília no segundo turno da eleição estadual.
Lula não foi ao Espírito Santo, como foi a Brasília e Porto Alegre, onde candidatos do PT disputavam o segundo turno para governador.
Depois da eleição, o PT capixaba avaliou que a campanha de Lula não foi bem-conduzida no Estado.As principais críticas vieram da tendência ortodoxa "Hora da Verdade", da qual fazem parte o ex-presidente do PT Rui Falcão e o antigo comando do PT no Espírito Santo.
Segundo um dirigente local do PT, a visita de Buaiz a FHC foi ruim para o partido, mesmo com a eleição presidencial terminada.

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