São Paulo, quarta-feira, 1 de março de 1995 |
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Campeões duelam na 2ª noite
FERNANDO MOLICA
Entre a noite de segunda e a manhã de ontem, desfilaram as escolas de Mario Borriello (Estácio de Sá), Max Lopes (Vila Isabel), Renato Lage (Mocidade Independente de Padre Miguel), Rosa Magalhães (Imperatriz Leopoldinense) e o recordista de títulos —sete— Joãosinho Trinta (Viradouro). "Com esta concentração quem ganha é o público", afirmou Renato Lage, campeão duas vezes ao criar e desenvolver desfiles para a Mocidade Independente. As presenças destes carnavalescos contribuíram para que o desfile iniciado na segunda-feira fosse, no conjunto, melhor do que o de domingo. As apresentações mostraram que os carnavalescos têm conseguido manter seus estilos independentemente das escolas para que trabalham. Isto, ao contrário do que costuma ocorrer com as escolas, que tendem a abrir mão de seus estilos para aderir ao que é proposto pelo carnavalesco. Assim, um desfile da Viradouro se parece mais não com suas antigas apresentações, mas com as feitas pela Beija-Flor (escola anterior de Joãosinho). O luxo, as fantasias pesadas e o rigor nos detalhes da Imperatriz remetem ao Salgueiro que, há alguns anos, teve Rosa Magalhães como carnavalesca. A maior mudança foi nas cores das escolas. No desfile encerrado na manhã de ontem, esta característica pôde ser mais uma vez comprovada. A detalhista Magalhães, no meio da pista, chegou a sacar de uma pequena tesoura para soltar os balões de gás de um dos carros da Imperatriz. Na véspera, sua ex-escola desfilara com carros alegóricos incompletos. Samba O número de autores do samba da Viradouro —dez— indica que Joãsinho Trinta levou para Niterói a mesma técnica que aplicava na Beija-Flor: a fusão de trechos de vários sambas inscritos no concurso para a escolha do que iria representar a agremiação. Odiada pelos mais tradicionalistas, esta prática permite que o carnavalesco "componha" um samba que narre melhor o seu enredo. Na mesma linha, Max Lopes levou para a Vila Isabel o luxo e a criatividade de alegorias e fantasias como as que já havia criado para a Mangueira quando a escola foi campeã, em 1984. Naquele ano, a escola levou para a avenida um enredo sobre Braguinha. Texto Anterior: FANTASIA DE BRUNET NÃO RESISTE; JOGADORES DOMINAM OS CAMAROTES; TURISTA DE "PACOTE" INVADE A CIDADE; VIPS INTERNACIONAIS NÃO COMPARECEM; LATORRACA VARIA COM ESTAMPADOS; SEM CARRO, ATOR SAMBA NO CHÃO Próximo Texto: Brunet concilia samba e modelos Índice |
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