| São Paulo, quarta-feira, 1 de março de 1995 |
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Encontro de trios deve reunir 500 mil
DANIELA FALCÃO
São esperadas as presenças de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Elba Ramalho. "A gente não combina nada e eu nunca sei quem vai aparecer. É sempre melhor ser surpresa. Caetano vai estar lá com certeza, Gil eu não sei porque ele andava meio adoentado", diz o guitarrista Armando Macedo, 41, do trio Armandinho, Dodô e Osmar. Em torno do trio de Armandinho, estrelas da MPB têm se reunido na madrugada da Quarta-Feira de Cinzas, na praça Castro Alves, desde 1975, quando foi comemorado os 25 anos de criação do trio elétrico. Todos as bandas que passam pela Castro Alves durante o encontro param em frente ao trio de Armandinho e fazem homenagens ao engenheiro Osmar Macedo, 72, pai de Armandinho e inventor dos trios e do "pau elétrico" (que deu origem à guitarra baiana) junto com Dodô, que já morreu. Apesar de ter sofrido derrame recentemente, "seu Osmar" não perde nenhum encontro de trios elétricos e trata todas as bandas como "meus filhos queridos". As bandas devem tocar na praça até o meio-dia. Na Barra, a expectatica da prefeitura é de que a folia se estique até as 16h. Para aguentar tocar tanto tempo (cerca de 12 horas), Armandinho diz que dorme muito e se alimenta basicamente de macarrão e frutas. "Antes de começar a tocar bebo um pouco de uísque, no máximo três doses, para relaxar. Sou muito tímido e a bebida ajuda." Armandinho toma ainda alcachofra, pílulas de magnésio e complexo B. "Também chupo balas de própolis para a garganta porque se não a voz some." Armandinho critica a qualidade da atual música baiana. "A gente ouve uma vez e decora. Ouve a segunda e enjoa", mesma crítica feita anteontem por Caetano. Texto Anterior: Conservadorismo domina desfile Próximo Texto: Cantor desfila no Ara Ketu Índice |
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