São Paulo, quarta-feira, 1 de março de 1995
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Cai valor de papéis da dívida brasileira

DA REDAÇÃO E AS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os títulos da dívida externa e de papéis (ADRs) de companhias brasileiras tiveram queda no mercado internacional, por causa da crise mexicana e do pacote fiscal argentino, considerado recessivo.
Os investidores estrangeiros continuam achando que o que acontece com o México e a Argentina irá no futuro ocorrer no Brasil.
Alberto Picciotto, operador da mesa internacional do ING Bank, diz que as cotações de venda dos títulos da dívida externa brasileira (C-Bonds) caíram de 41,5 centavos de dólar na sexta-feira para 41,00 ontem, a mesma cotação de fechamento do dia anterior.
As Bolsas brasileiras não funcionaram ontem, mas os papéis de companhias nacionais como os ADRs (certificado de depósito americano) da Telebrás chegaram a cair 3,5% na segunda-feira, recuperando-se ontem.
Outra instituição que operava ontem no mercado internacional era o Banco Graphus. Ivan Sant'Anna, operador internacional da instituição, diz que ontem houve recuperação nos mercados do pânico causado pela quebra do banco mais antigo da Inglaterra: o Barings.
Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei subiu 1,46%, para 17.053,43, depois de cair 3,8% anteontem. Em Nova York, o Dow Jones subiu 0,56%, para fechar em 4.011,05, após ter registrado queda de 0,58% anteontem. Em Frankfurt, a alta foi de 0,14%.
Já o Financial Times de 30 ações da Bolsa de Londres manteve queda, de 0,38%, ainda como reflexo da quebra do Barings. Anteontem, o Financial Times 30 havia caído 0,36%.
Também na Argentina houve queda. Os investidores no mercado de ações consideraram o pacote do governo "austero" e o índice Merval caiu 1,26%. Anteontem, o índice já havia caído 5,2%, acumulando perdas de 38,3% desde o início da crise mexicana, em 20 de dezembro de 94.
A Bolsa do México teve alta de 7,07% e mais que recuperou as perdas recordes de anteontem, de 6,85%. As declarações do presidente Ernesto Zedillo, de que estuda um pacote para ajudar as empresas com problemas de crédito, animaram o mercado.

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