São Paulo, quinta-feira, 2 de março de 1995 |
Próximo Texto |
Índice
Inadimplência é recorde em SP
NEIVALDO JOSÉ GERALDO
Em números absolutos, o total registrado em fevereiro só perde para dezembro passado (144.715). A ACSP acompanha este tipo de indicador desde janeiro de 1963. Só no mês passado mais pessoas deixaram de pagar o seu crediário do que em todo o ano de 1964, quando 123.055 não quitaram a prestação de seus carnês. Sobre fevereiro de 94 é de 134,9% o crescimento do número de registros recebidos na ACSP. Sobre janeiro, cresceu 11,5%. Marcel Solimeo, economista da ACSP e responsável pelos indicadores conjunturais da entidade, afirma que os novos devedores são pessoas que entraram no crediário no final do ano passado e não conseguem pagar as prestações. Ele afirma que em março o número de novos inadimplentes deve ainda se manter elevado, "mas a partir de abril deverá cair". Solimeo acredita que no final do ano passado as pessoas foram atingidas por uma onda de euforia pelo consumo "e muitas, com certeza, superestimaram a sua capacidade de pagamento". Dados da ACSP informam que 58% dos compradores pelo crediário têm renda até cinco salários mínimos e 72% até oito mínimos. Ele disse que as altas taxas de juros cobradas pelas lojas compensam em parte a inadimplência e que o comércio está mais rigoroso quando concede o crédito. No mês passado, o número de consultas ao crediário caiu 2,7% em relação a janeiro, mas cresceu 45,6% em comparação com fevereiro de 94, fechando fevereiro com 645.221 consultas. Em fevereiro 35 falências foram decretadas, 250% mais que em janeiro. Três concordatas foram deferidas, 66,6% mais que em janeiro. 58.852 títulos foram protestados em fevereiro, 16% menos que em janeiro. LEIA MAIS Sobre comércio à pág. 2-3 Próximo Texto: O perverso rendimento da poupança Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |