São Paulo, quinta-feira, 2 de março de 1995
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Lojas retomam promoções e cortam preços em até 30%

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Grandes redes de lojas decidiram repetir, este ano, as tradicionais promoções pós-Carnaval. Os descontos chegam a 30%.
Só que desta vez os preços baixaram especialmente para as linhas de pouca saída, como móveis e eletroportáteis.
"É a liquidação dos itens disponíveis", afirma Natale Dalla Vecchia, diretor. Segundo ele, os descontos deverão garantir à empresa neste mês faturamento 10% maior do que o de fevereiro, que foi de R$ 17 milhões.
Não é necessário dar grandes empurrões nas vendas neste ano, dizem os lojistas.
Nestes quatro dias de Carnaval, a procura pelo crediário, por exemplo, foi 57% maior do que em igual período de 1994, informa a Associação Comercial de São Paulo.
A Casas Bahia decidiu manter a estratégia de promoção pós-Carnaval esticando de dois para três meses a venda sem juros. Mas isto aconteceu na segunda-feira de Carnaval e ontem.
Também reduziu em um ponto percentual a taxa de juros —de 9% a 11% para 8% a 10% ao mês—, dependendo do prazo de pagamento (de até nove vezes). Isto ainda vale por tempo indeterminado.
"Nosso faturamento diário subiu 15% nestes dois dias de promoção", diz Samuel Klein, proprietário da Casas Bahia.
Para este mês, conta ele, sem grande esforço de marketing, a previsão é de faturar US$ 70 milhões, o dobro de março do ano passado. Não há datas marcadas para novas promoções.
A rede de lojas Arapuã decidiu cortar em até 25% o preço das suas linhas de produtos até o próximo sábado. A empresa espera faturar neste mês 30% a mais do que em março do ano passado.
João Alberto Ianhez, diretor, informa que a Arapuã não mexeu nas taxas de juros —de 12% ao mês— e no prazo de pagamento (até 18 meses).
No Mappin, a promoção pós-Carnaval, que começou dia 27 de fevereiro e se estende por um mês, começa com descontos de 5% a 30%.
Sérgio Orciuolo, diretor, diz que a empresa espera com isso manter o ritmo de vendas após o real.
Em fevereiro, conta ele, a rede de lojas Mappin vendeu, sem promoções, 30% mais do que em igual período do ano passado. "A expectativa para este mês é a de manter as vendas no ritmo trazido pelo real."

Fevereiro
Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo, considera que manter promoções nesta época do ano mostra que "não há qualquer sinal de explosão de consumo".
Segundo ele, as vendas "só estão melhores do que em 1994". Levantamento da associação mostra que a procura pelo crediário em fevereiro foi 45% maior do que a de igual período de 1994. Já no caso da venda à vista, a procura foi 7,3% menor, no período.
A disposição do consumidor de se endividar em fevereiro foi menor quando comparada com a de janeiro: houve diminuição de 2,8%, segundo a associação. No caso do pagamento à vista, houve crescimento de 2,3%, no período.

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