São Paulo, quinta-feira, 2 de março de 1995 |
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Cuidado para não se perder
EDUARDO VIOTTI
Há quem prefira um contato ainda maior com a natureza. Mas não se meta no Pantanal sem algum conhecimento anterior de mato: é fácil se perder por lá, tanto na água quanto em terra. Tudo é plano e repetitivo, não há referências geológicas para se basear. Além disso, as enormes lagoas se confundem com o leito principal do rio. Para sair da cidade, o bom é uma camionete (para caprichar, com tração nas quatro rodas). Carregue com barco, motor de popa (não são requisitados mais do que 15 cv), geladeira, fogão e lampião a gás, e a tralha de pesca. Para a noite, prefira as redes com mosquiteiros ao saco de dormir. Camas de armar dentro de barracas também são boa opção. Antes de sair, providencie a devida licença de pesca e certifique-se de que a temporada está aberta. Não se pesca na piracema (desova) para não estragar o rio. Só é permitida a pesca de anzol, caniço ou linhada. Tarrafa só bem pequena, para apanhar iscas, como as viscosas enguilas (derivação local de enguia) ou muçuns. A pescaria de barranco, em uma ceva previamente feita com feixes de sabugos de milho e rama de mandioca, também é boa para preparar iscas. Os peixes menores devem ser mantidos vivos, em covos dentro d'água. Se a água ainda estiver barrenta e turva de uma chuva recente, tudo o que belisca é de couro: mandis, bagres, jurupocas, jurupenséns. O problema da pescaria no Pantanal é driblar as piranhas: elas batem em tudo que cai na água, de isca artificial a qualquer tipo de carne e até vegetais, mais pelo movimento e cor. Pacus e matrinchãs podem ser pescados com frutas e flores. Se houver uma fruteira carregada na margem do rio, os peixes pulam para comê-las. (EV) Texto Anterior: Saiba como preparar os peixes Próximo Texto: Temporada de pesca recomeça este mês Índice |
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