São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Indústria de móvel e sapato terá incentivo

FERNANDO RODRIGUES
DO ENVIADO ESPECIAL A SANTIAGO

O governo estuda conceder uma redução de impostos para os setores de móveis e calçados como forma de incentivar a exportação desses produtos, segundo informou ontem, no Chile, o presidente Fernando Henrique Cardoso.
O presidente disse que esses setores exportam mais para o mercado norte-americano, por isso tendem a sofrer mais por causa da atual valorização do real.
"Mantendo-se a situação (cambial) como está, o que o governo deverá fazer são medidas tópicas para esses ramos", disse.
Essas medidas seriam para recuperar "eventuais desequilíbrios" e "reduções de impostos podem ser postas em prática". FHC citou especificamente o setor moveleiro de Santa Catarina, que estaria em crise por causa da atual taxa cambial.
O presidente deu essas declarações quando respondia a perguntas sobre a política de câmbio do país. Indagado sobre até quando o real permanecerá valorizado em relação ao dólar, FHC preferiu não responder diretamente.
"Não sou mais ministro da Fazenda", disse. Sobre a adoção de um sistema de bandas —no qual o real teria uma variação máxima e mínima previamente conhecidas—, o presidente brincou:
"Qualquer consideração sobre banda, só se for banda carnavalesca. O (Mário Henrique) Simonsen propôs que o Brasil usasse o sistema de banda larga. Não vamos entrar nessas tecnicalidades. Nós não sabemos direito nem como é a curta, quanto mais a larga."
FHC repetiu uma frase que tem usado toda vez que o assunto câmbio é levantado em entrevistas. "Nós não temos um sistema que limite a atuação do Banco Central a um câmbio fixo."
Disse não saber se a prática atual seria um sistema de "banda informal". Para o presidente, "o Banco Central avalia com uma certa flexibilidade".
Nos primeiros minutos da madrugada de ontem, FHC disse à Folha que o sistema de bandas é, no momento, apenas "uma possibilidade teórica".
Sobre a data para que fosse adotada uma mudança no câmbio, disse: "Eu não tenho idéia." Perguntado se haveria mudança no câmbio em junho, respondeu: "Não".

Texto Anterior: Guerra santa
Próximo Texto: Presidente volta a atacar FMI
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.