São Paulo, sábado, 4 de março de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Efeito da ajuda ao México derruba dólar
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Em alguns momentos ontem, o dólar chegou a seus pontos mais baixos em relação ao iene desde o fim da Segunda Guerra Mundial. O Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) interveio três vezes durante o dia para recuperar o nível da moeda norte-americana. Contou com o apoio de pelo menos 15 bancos centrais de países da Europa, mais o Japão. Mesmo assim, o dólar não conseguiu se recuperar. Este ano, ele já perdeu 4% de seu valor diante do iene e 6% diante do marco. Embora não haja dados oficiais disponíveis, calculava-se que o Fed tivesse investido ontem pelo menos US$ 500 milhões para segurar o dólar. O Fundo de Estabilização Cambial, que provê os recursos para intervenções no mercado internacional de moedas, teve suas reservas diminuídas em US$ 20 bilhões com o empréstimo ao México. Segundo estimativas correntes em Washington, o total de recursos do Fundo era de US$ 25 bilhões em janeiro. Diversos parlamentares da oposição acusam o governo Clinton de ter deixado o dólar desguarnecido por causa da ajuda ao México. A queda do dólar diante do marco e do iene é explicada pela convicção dos mercados de que as taxas de juros nos EUA não devem subir mais no futuro imediato. Outros motivos para a queda do dólar são: o aumento do déficit da balança comercial norte-americana e as suspeitas de que a crise mexicana pode se aprofundar ainda mais nos próximos meses. O secretário do Tesouro, Robert Rubin, disse ontem que "é do interesse nacional" intervir no mercado internacional de moedas para impedir que o dólar continue se desvalorizando. Alguns economistas defendem a tese de que o dólar fraco faz bem à economia dos EUA porque ajuda a diminuir o déficit da balança comercial, já que os produtos norte-americanos ficam mais baratos no exterior e os importados mais caros nos EUA. Mas o governo acha que isso pode fazer com que a inflação aumente. Europa A ação dos bancos centrais europeus foi desatada pela queda do dólar a seu nível histórico frente ao iene na noite de quinta no mercado asiático a 95,19 ienes. Com relação ao marco alemão, o dólar chegou a seu patamar mais baixo dos últimos 30 meses: 1,4390. Com agências internacionais Texto Anterior: Consórcios do ABCD têm queda nas vendas Próximo Texto: Zedilho pode baixar novo pacote Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |