São Paulo, sábado, 4 de março de 1995
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Cineastas querem cota na TV

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

Uma das propostas dos cineastas na câmara setorial será a fixação de uma cota na programação de televisão reservada para filmes brasileiros. No cinema, a chamada "cota de tela" é de 28 dias de filmes nacionais por ano. Não há regulamentação na TV.
Segundo o presidente da Abraci, Sílvio Tendler, na TV francesa 50% dos filmes exibidos têm que ser europeus e, desses, 40% têm que ter produção francesa.
"Não temos nada contra filmes estrangeiros, pelo contrário, mas queremos acesso à televisão. As grandes redes produzem tudo e não compram nada do mercado."
O cineasta Walter Lima Júnior ("Inocência", "Ele, o Boto") faz a mesma cobrança: obrigatoriedade de exibição de filmes brasileiros na televisão e de distribuição no mercado de vídeo.
Lima Jr. foi um dos vencedores do prêmio "Resgate do Cinema Brasileiro", no ano passado, e ganhou US$ 300 mil para filmar "A Ostra e o Vento". O filme está em fase de produção.
O cineasta disse que a legislação cinematográfica brasileira era mais avançada na época do Geicine. Segundo ele, a antiga legislação facilitava o financiamento da produção nacional por distribuidoras estrangeiras.
"Precisamos de contato com o cinema internacional. Não adianta fazer cinema num gueto. Pensam no cinema apenas como artesanato, mas o cinema é uma indústria, que precisa de articulação com o mundo", afirmou.
(FE)

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