São Paulo, sábado, 4 de março de 1995
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"Guerra total" começou em 90

DO BANCO DE DADOS

Um ano antes da morte do chefão do Cartel de Medellín, Pablo Escobar, em 1993, o Cartel de Cali já era responsável por cerca de 70% do comércio bilionário de cocaína na Colômbia.
Escobar foi apontado pela revista "Forbes" com fortuna de US$ 1 bilhão.
Depois da morte de Escobar, atingido com dois tiros na cabeça, ao final de uma perseguição de 16 meses, a agência antidrogas dos EUA revelou que o comércio de drogas Cartel de Medellín caíra de 80% para 20% a favor do Cartel de Cali.
Apontado como inimigo número 1 do governo colombiano, Escobar enfrentou o enfraquecimento de seus negócios em razão do forte aparato para prendê-lo.
A "guerra total" aos cartéis, deflagrada em agosto de 1990, concentrou-se de forma quase exclusiva nos chefões de Medellín.
Quase não foram incomodados os irmãos Rodríguez Orejuela. Isto porque os chefões do Cartel de Cali seriam discretos e defenderiam o uso da violência apenas em casos extremos.
Escobar havia sido informado de que havia uma recompensa de US$ 6 milhões pela sua captura. Nada semelhante foi oferecido pela captura dos chefões de Cali.
A diferença entre os cartéis estava no fato de que Escobar e o Cartel de Medellín eram apontados como os principais responsáveis pela guerra terrorista que, desde a década passada, fez 5.000 mortos, entre eles, três candidatos presidenciais, um ministro da Justiça, além de juízes e jornalistas.
Enquanto os negócios de Escobar diminuíam por causa de sua permanente fuga e as inimizades coletadas no mundo, o Cartel de Cali ampliou suas bases na Nicarágua e no Brasil.
Em 92, desempregados e ex-oficiais do Exército Sandinista da Nicarágua estavam prestando serviços para o Carter de Cali.
Em 93, a Polícia Federal apreendeu ou orientou a apreensão de cerca de cinco toneladas de cocaína provenientes do Cartel de Cali.
Antes disso, a PF havia apreendido 630 kg na ilha do Marajó, no norte do Pará, e numa fazenda no interior do Estado do Tocantins.

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