São Paulo, sábado, 4 de março de 1995
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A misericórdia

LUCIANO MENDES DE ALMEIDA

A misericórdia se identifica com o amor que não se deixa vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem (Rom 12,21). É o amor benigno, sempre disposto a perdoar e a restaurar a dignidade perdida do filho.
A CF precisa atingir o núcleo do coração humano e superar toda a exclusão pela experiência da reconciliação. No mundo de hoje, além da exclusão social que marginaliza e faz sofrer grande parte da humanidade, existem os rejeitados, fruto do ódio e da maldade entre raças, povos e grupos opostos, que levam até a violência e a vingança.
E os que são excluídos no seio da própria família? Há ressentimentos que perduram, dividem parentes e afastam as pessoas sem horizonte do perdão. Assim, nesta Campanha, além das muitas iniciativas para que os excluídos tenham comida, trabalho, casa, educação e saúde, teremos que ir mais longe na vivência do amor evangélico para incluir aqueles que a ofensa separou de nós. Essa atitute terá que se estender sempre mais até conseguir que se reúnam na mesma fraternidade as tribos de Ruanda e os grupos étnicos e culturais da Bósnia e de tantos outros lugares.
À luz da fé, temos que imitar o "Pai Misericordioso" e fazer a experiência da plena reconciliação, acolhendo aqueles que nos ofenderam, ajudando-os a se corrigirem da falta e aproximando-nos deles como irmãos. Quando isso acontecer, a nossa prece será um ato de reconhecimento da presença e da ação de Deus em nós, pois sem a graça divina, ninguém é capaz de reconciliar-se com seu irmão. Com alegria, diremos a Cristo que nos ajudou a ser misericordioso: "Eras Tu, Senhor?!"

D. Luciano Mendes de Almeida escreve aos sábados nesta coluna.

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