São Paulo, segunda-feira, 6 de março de 1995
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PM diz que matou em legítima defesa

ROBERTO MACHADO; FÁTIMA GONÇALVES
DA SUCURSAL DO RIO

FÁTIMA GONÇALVES
O cabo da Polícia Militar, Flávio Ferreira Carneiro, 32, alegou legítima defesa para justificar os tiros que mataram no sábado o assaltante Cristiano Moura Mesquita de Melo em frente ao shopping RioSul, em Botafogo (zona sul).
O policial foi autuado em flagrante por homicídio, na 10ª Delegacia Policial. Ele está preso no Batalhão de Choque da PM, no Estácio (centro). Os outros 11 PMs que participaram da ação deram depoimento e foram liberados.
Cristiano, 20, foi morto após tentar assaltar uma drogaria no shopping. Ele já havia sido rendido por PMs quando foi morto pelo cabo. Toda a ação foi registrada por uma equipe da Rede Globo, que fazia no local reportagem sobre liquidação de verão.
Na tentativa de assalto, Cristiano e mais dois homens foram surpreendidos pela segurança do shopping. Na fuga, trocaram tiros com um destacamento de 12 PMs. Um dos assaltantes foi morto dentro da Kombi que usavam para fugir. Outro conseguiu fugir a pé.
Cristiano foi ferido na barriga e arrastado para trás da Kombi. O cabo o matou com mais três tiros.
O delegado Nilo Augusto Baptista, da 10ª DP, disse que ter ficado convencido de que houve execução. Baptista se recusou a ouvir uma testemunha de defesa dos policiais, Henrique de Mendonça, 40, alegando que ele estava embriagado. O depoimento será hoje.
O cabo Flávio está há nove anos e oito meses na PM e é formado em operações especiais. "Jamais ia cometer um erro desses na frente de todo mundo. Era melhor eu ter ficado ferido, pelo menos não estaria passando por tudo isso."
Segundo ele, o assaltante foi revistado pelo cabo Walmir Lyra, que encontrou um revólver escondido na perna. Foi então arrastado para trás da kombi para esperar a ambulância, quando puxou um revólver escondido provavelmente na barriga e disparou. O cabo afirma que foi preciso reagir.

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