São Paulo, segunda-feira, 6 de março de 1995 |
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Zedillo cede às exigências de Carlos Salinas
FLAVIO CASTELLOTTI
Salinas exigia ser inocentado da acusação de que atrapalhou as investigações sobre o assassinato do candidato governista à Presidência Luis Donaldo Colosio, ocorrido em março de 1994, e de que sua administração provocou o caos financeiro que o país atravessa. Na sexta-feira, a Procuradoria Geral da República divulgou cartas dos dois procuradores encarregados das investigações do crime na gestão Salinas, Miguel Montes e Olga Islas, afirmando que não enfrentaram nenhum obstáculo oficial a seu trabalho. Ontem o governo anunciou que as explicações sobre a crise econômica serão dadas por dois ex-ministros da Fazenda, Pedro Aspe e Jaime Serra Puche. Hospedado na casa de um líder do PRI (Partido Revolucionário Institucional) em Monterrey (norte do país), Salinas disse considerar suas exigências satisfeitas e anunciou o fim da greve de fome que havia iniciado na quinta-feira. A crise envolvendo Zedillo e seu antecessor começou na terça-feira, quando a polícia prendeu Raúl Salinas de Gortari, irmão do ex-presidente, acusado de ser um dos mandantes do outro assassinato que abalou o México em 1994 —o do secretário-geral do PRI, José Francisco Ruiz Massieu, ocorrido em setembro. O fim-de-semana na Cidade do México foi marcado pelas comemorações do 66º aniversário do PRI, que está no poder desde sua fundação, em 1929. O partido vive hoje sua mais profunda crise. Nas comemorações, Zedillo convocou todas as forças políticas a uma aliança em torno da democracia e da unidade nacional. Sem citar Carlos Salinas nominalmente, o presidente afirmou que não se pode culpar o partido pelas falhas de seus membros. Pesquisa do jornal Reforma mostra que se houvesse eleições federais hoje, o PRI receberia apenas 20% dos votos na capital, contra os 43% que lhe foram dados em agosto do ano passado. Texto Anterior: Argélia esconde temor da violência Próximo Texto: País pode pedir extradição de Mario Ruiz Índice |
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