São Paulo, terça-feira, 7 de março de 1995
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Arqueólogos atualizam dados de atlas histórico

Obra começa a ser distribuída domingo

ROGÉRIO SIMÕES*
DE LONDRES

O atlas histórico do The Times tem sofrido muitas mudanças, com novos dados e interpretações, nos capítulos referentes aos mais antigos acontecimentos da história.
No próximo domingo, a Folha começa a distribuir os fascículos da quarta edição do atlas —a mais atualizada, concluída em 1993.
Segundo o arqueólogo Chris Scarre, da Universidade de Cambridge (Reino Unido), responsável pela parte do livro relativa à pré-história, a arqueologia é um campo de constantes mudanças, por causa do ritmo das novas descobertas.
Arqueólogos e antropólogos estão constantemente descobrindo novas informações, que com o passar dos anos exigem uma nova interpretação das antigas sociedades, diz.
Scarre afirma que este é um processo gradual, que exige a coleta de dados durante muitos anos até que novas teses sejam elaboradas sobre uma região.
O "Atlas Histórico Folha/The Times" trará essas novas teorias em 40 fascículos, que abrangem 320 páginas coloridas, 433 mapas históricos e 134 fotografias e ilustrações.
Dia 12, os leitores recebem os dois primeiros fascículos e a capa dura, com patrocínio da General Motors e da Varig.
Descobertas recentes Entre as descobertas que a última edição do atlas registra, o antropólogo inglês destaca a do esqueleto conhecido como Lucy, uma fêmea encontrada na Etiópia, que habitou a área há mais de três milhões de anos.
Ele diz ainda que o desenvolvimento da ciência, com a possibilidade de avaliação de fósseis com base no DNA para traçar o desenvolvimento humano, implica a atualização constante dos livros de história.
Essas evidências exigem uma atualização substancial da parte mais antiga de um atlas como esse, afirma. Como um arqueólogo, você tem que manter seus olhos abertos para ver o que tem sido descoberto.
O trabalho de selecionar as novas informações em arqueologia para o atlas é centralizado por Scarre, que reúne os mais importantes dados veiculados entre uma edição e outra para definir o que será publicado.
Na primeira parte do livro, é possível perceber de forma mais clara a preocupação do atlas de trazer uma visão mundial da história.
A arqueologia faz isso de uma forma muito natural, diz Scarre. Nós não estamos olhando apenas para alguns grupos, mas para o desenvolvimento em geral.
Scarre diz ainda que a compreensão da sociedade atual e dos aspectos climáticos da Terra hoje exige uma busca dos fatos ligados às primeiras sociedades e às eras mais antigas do planeta.

Colaborou a Redação

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