São Paulo, terça-feira, 7 de março de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fiesp elogia as mudanças no câmbio

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) classificou de um passo certo na direção certa as alterações na política cambial anunciadas pelo governo.
" As medidas são positivas porque diminuirão o grau de incerteza e as apreensões da comunidade internacional com relação ao Plano Real", diz Carlos Eduardo Moreira Ferreira, presidente da Fiesp.
Mario Bernardini, membro do GPPI (Grupo Permanente de Política Industrial), da Fiesp, disse que o governo demonstrou " humildade" ao mudar o câmbio.
"Conhecendo, como conheço o Gustavo Franco, essa é uma surpreendente lição de humildade do governo", afirma.
A decisão de corrigir o câmbio mostra que indústria e exportadores estavam certo, diz. " "É um ótimo sinal porque errar é humano".
Espero agora que o presidente do BNDES, Edmar Bacha, também tenha a humildade de reconhecer que falou bobagem quando afirmou que o país poderia ter um déficit comercial de US$ 15 bilhões", completa.
Luiz Fernando Furlan, diretor titular do Departamento de Comércio Exterior da Fiesp, disse que a portaria de ontem do BC "institucionalizou" a política de faixa cambial, que existia de fato, mas nunca havia sido declarada pelo governo.
" A introdução de faixas é um avanço na política de câmbio porque o mercado terá maior oportunidade de fixar a taxa", disse.
Para ele, o impacto nos preços do novo câmbio vai depender do desempenho de cada setor diante de um câmbio oscilante.
Laerte Setúbal, diretor titular do Departamento de Assuntos Internacionais da Fiesp, disse que o governo " aumentou o comprimento do cabo" da âncora cambial.
" Se o cabo, que vai do barco ao fundo do mar é muito curto, quando o mar encapela, no caso prático, a crise mexicana, aumentam as ondas e começa a entrar água pela proa", disse.
Segundo Setúbal, as ondas que ameaçavam afundar o barco do Plano Real eram os déficits da balança comercial desde novembro.
Segundo Setúbal, as alterações na política cambial mostram que o governo está certo em considerar o Plano Real como um processo de ajustamento, no qual "é preciso corrigir todos os incidentes de percurso".

Texto Anterior: Exportador apóia a mudança cambial
Próximo Texto: Medidas tumultuam mercado argentino
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.