São Paulo, quinta-feira, 9 de março de 1995
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Supostas torturas terão nova apuração

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

O juiz-auditor Francisco Fernandes aprovou pedido de novas diligências para a apuração de supostos casos de tortura durante ocupação do morro do Borel, na Tijuca, zona norte do Rio.
Na tarde de ontem, a Folha foi informada de que não havia mais nenhum oficial na Relações Públicas do CML que pudesse comentar a decisão do juiz. O responsável pelo setor, o coronel Luís Cesário da Silveira, não foi encontrado em sua casa.
Fernandes é juiz da 1ª Auditoria Militar da 1ª Circunscrição da Justiça Militar. A ocupação —em novembro de 94— foi feita pelo Exército e polícias Militar Civil.
Improcedente
O IPM (Inquérito Policial-Militar) instaurado pelo Exército para apurar o caso concluiu que as acusações de maus-tratos contra moradores não eram procedentes.
Com a determinação do juiz, o IPM será remetido hoje ao Comando Militar do Leste (CML) para investigações.
O pedido de novas diligências foi feito pela procuradora Adriana Lorandi Carneiro. Ela solicitou que sejam identificados e ouvidos os encarregados pela triagem, detenção, interrogatório, guarda e vigilância dos detidos na operação.
O pedido, de acordo com ela, é para "se tentar apurar lesões sofridas" por quatro moradores do morro.
Adriana quer também a identificação dos militares que participaram da operação no Borel no dia 25 de novembro. Ela é casada com o médico Enéas Carneiro, candidato derrotado do Prona à Presidência da República.
A procuradora solicitou que sejam identificados e ouvidos os militares que participaram da operação trajando uniforme camuflado e capuzes do tipo "ninja" —estes trajes foram utilizados por supostos torturadores, de acordo com depoimentos incluídos no Inquérito Policial-Militar.

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