São Paulo, sexta-feira, 10 de março de 1995 |
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Brasil dirá que real deu US$ 15 bi a pobres
CLÓVIS ROSSI
O cálculo foi exposto ontem aos jornalistas brasileiros pelo ministro da Educação, Paulo Renato Souza, que chefia a delegação e fará o discurso oficial, amanhã, em nome do presidente Fernando Henrique Cardoso. Antes da posse, o economista José Roberto Mendonça de Barros, hoje secretário de Política Econômica da Fazenda, já havia feito um cálculo sobre o benefício aos mais pobres provocado pela queda da inflação. Chegara a R$ 9 bilhões. Agora, com mais dados por estar no governo, Mendonça de Barros subiu a cifra para a mencionada pelo ministro da Educação. Além do Plano Real e das críticas ao sistema financeiro internacional, Paulo Renato falará do Programa Comunidade Solidária. Dirá que o programa demonstra que "o governo quer tratar da questão social não apenas como emergencial mas como centro do seu plano de ação". Coincidência ou não, é a mesma linguagem que vem sendo empregada pelo Banco Mundial e foi repetida ontem pelo subsecretário para Assuntos Globais do Departamento de Estado norte-americano, Timothy Wirth. Paulo Renato falará também da prioridade para a educação. A delegação brasileira, aliás, comandou a iniciativa para que a questão educacional fosse o objetivo específico de um dos dez compromissos a serem assumidos pelos governantes no documento final da Cúpula. Até anteontem, os compromissos eram nove, mas ontem passou o texto sobre educação, com a seguinte formulação na essência: "Promover e conseguir a meta de acesso universal e equitativo a uma educação de qualidade". Ausência de FHC O ministro Paulo Renato aproveitou para ampliar as explicações sobre a ausência do presidente Fernando Henrique na Cúpula. Além do acompanhamento das reformas constitucionais, também os ajustes no Plano Real contribuíram para que o presidente não comparecesse. "Toda uma série de medidas recomendavam a presença do presidente no Brasil", disse o ministro, que será seu representante. A ausência de FHC causou estranheza entre ONGs e parlamentares brasileiros e chegou a ser comentada como "notável" pelo jornal dinamarquês "Politiken". Em Brasília, FHC mandou dizer por seu porta-voz que "lamenta não estar presente" à Cúpula. "Mas a prioridade do presidente no momento é com as questões internas, particularmente com as medidas que foram tomadas no que diz respeito ao plano real e à reforma constitucional", disse o porta-voz Sérgio Amaral. Disse que o presidente participa hoje, às 13h40 (horário de Brasília), de uma teleconferência sobre as questões do encontro, onde expressará as posições do Brasil. Colaborou a Sucursal de Brasília LEIA MAIS Sobre a Cúpula às págs. 2-7 e 2-13 Texto Anterior: Clóvis Carvalho vira alvo principal de ataques Próximo Texto: Governo modifica Lei Rouanet Índice |
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