São Paulo, sábado, 11 de março de 1995 |
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Oscilações
NELSON DE SÁ
— Foi uma vitória contra a especulação. O porta-voz também disse que o presidente também disse, agora em telefonema ao presidente argentino, Carlos Menem: — Eu acredito que nós viramos a página e que nós temos que seguir adiante porque nós estamos no caminho certo. Não demora e a Globo oficializa a mensagem: — O governo baixa medidas para evitar a especulação. As bolsas têm alta recorde e o mercado se estabiliza. Foi todo um esforço para dizer que nada mudou, que o Real 1 não virou Real 2, que as coisas voltam ao normal, estáveis. Foi um discurso afinado, em toda parte do governo. Por exemplo, algumas frases do presidente do Banco Central, segundo a CBN: — O objetivo é evitar ações especulativas. A mudança é coerente com todas as ações até agora. O país não perdeu reservas. Nada aconteceu, dizem em coro. Mas o coro não pega. O presidente da bolsa paulista, por exemplo, surgiu para dizer que a alta não satisfaz, que a bolsa "tem que ter oscilações civilizadas". Quase sozinho na televisão, o Jornal Bandeirantes do âncora Francisco Pinheiro acrescentou que "os juros também dispararam". A segunda alta da história, na bolsa de valores, e a disparada dos juros não soam como sinônimos de coerência ou de estabilidade. Preocupação Deu até manchete, no TJ: — Sexta-feira excepcional em Brasília: mais de 400 parlamentares apareceram para trabalhar. Na CBN, dois políticos especularam sobre as razões para o acontecimento. Um deles foi Roberto Campos: — Uma delas (as razões) é a preocupação com as medidas emergenciais que o governo está tomando e tem que tomar. Uma preocupação saudável, foi o que ele quis dizer. O petista Paulo Delgado foi mais direto, com ironia: — Pode ser que alguns parlamentares estejam preocupados com as suas contas pessoais. Texto Anterior: Sarney vê apenas problema administrativo Próximo Texto: Arcebispo do Rio pede apoio a FHC Índice |
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