São Paulo, sábado, 11 de março de 1995
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Dorothéa critica empresários em Belo Horizonte

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A ministra da Indústria e Comércio, Dorothéa Werneck, criticou ontem em Belo Horizonte (MG) os dirigentes empresariais que reivindicam a redução dos encargos sobre a folha de pagamento das empresas e que, ao mesmo tempo, insistem em manter intactos os seus privilégios.
"Não vou defender tirar recurso do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) e defender a manutenção do dinheirinho do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas)", afirmou a ministra.
" Muitos dirigentes e representantes de entidades empresariais já me procuraram para manter o dinheirinho das entidades deles. Não dá. Não vou defender isso. Querem acabar com os privilégios dos deputados, mas não com os deles", acrescentou.
Segundo ela, reduzir encargos sociais significa diminuir os impostos e taxas sobre a folha de pagamentos, como os 2,6% que são canalizados para entidades empresariais como o Sebrae.
A declaração da ministra foi dada durante debate com empresários mineiros, na sede da Associaçao Comercial de Minas.
Ela defendeu a eliminação ou redução da taxa de 25% do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) que incide sobre as compras de tecnologias.
"No momento em que queremos incentivar e priorizar a inovação tecnológica, não faz sentido mesmo o governo continuar taxando", disse.
No debate, Dorothéa preferiu não responder às críticas em relação à política de juros altos praticada pelo governo.
Sem polemizar, ela acabou fazendo as pazes com o empresariado mineiro, que chegou a pedir a sua saída do ministério, quando foi decidido o aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os carros populares.
Na época, Dorothéa, que é mineira, foi acusada de trabalhar contra os interesses de Minas, onde está instalada a Fiat. A montadora teria sido a maior vítima do aumento dos populares.

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