São Paulo, sábado, 11 de março de 1995
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Boxe é visto sem anestesia

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

São melhores os filmes sobre boxe do que o boxe propriamente dito. Luta que objetiva a destruição física do adversário, ela tem sido quase sempre motivo de obras-primas pessimistas, de "Touro Indomável", de Martin Scorsese, a "Cidade das Ilusões", de John Huston (ambos dos anos 70).
"Punhos de Campeão" (Cultura, 22h30) coloca um lutador (Robert Ryan) no coração da sujeirama que é o negócio das lutas nos EUA. Já veterano, deve perder lutas para sobreviver.
É um filme de natureza moral e social, ao mesmo tempo, uma linhagem que a Warner desenvolveu nos anos 30. No pós-guerra, esse tipo de filme desenvolveu outra face: o de uma corrupção entranhada no mundo, de desilusão geral com o sonho americano.
Robert Wise desenvolveu sua história assalto por assalto, como um combate: com sentido de tempo e do crescendo exemplares sem anestesia. Criou um clássico do gênero.
Teve como parceiro um Robert Ryan exemplar, como o lutador: o perdedor que descobre a necessidade de lutar por sua integridade física, moral, afetiva. Enfim, sua integridade. É um filme para ver e não esquecer.
(IA)

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