São Paulo, domingo, 12 de março de 1995 |
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Obra enfatiza atualidade, diz editor britânico
DANIELA ROCHA
Nascido em Nottingham (Reino Unido), em 1943, Parker estudou na Universidade Cambridge até 1968, quando concluiu seu PhD (doutoramento). Mudou para os EUA em 1986, a convite da Universidade de Illinois, e em 1993 se transferiu para a Universidade de Yale, onde é professor de história européia. A seguir, trechos da entrevista. Folha - Qual a importância do Atlas da História do Mundo? Geoffrey Parker - A maior parte dos atlas históricos privilegiam o mundo ocidental, que era considerado o mais importante à época em que foram editados. Sinto que nesses atlas falta muito do que é importante na atualidade. Esta edição do "The Times" tenta traçar uma perspectiva global e enfatizar parte do mundo que hoje passou a ter mais importância, como as civilizações do Islã e a China. A segunda preocupação foi tentar traçar uma interconexão global dos fatos: o que mudou, como mudou, e o que permaneceu como antes. Esse é um dado essencial para ajudar a compreensão do mundo como ele é hoje. Folha - Essa foi uma preocupação gradual, adotada a partir da segunda edição do atlas? Parker - Diria que a quarta edição é diferente de todas as outras em dois aspectos: correção e inclusão de mais material, melhor e atualizado. Também alteramos capítulos. A primeira edição terminava em 1978, ano em que foi editada. Nesta última versão do atlas, estendemos a cobertura para fatos até os dias de hoje. O capítulo sobre arqueologia, por exemplo, mudou significantemente por causa de descobertas recentes. Folha - O atlas privilegia a história sobre a geografia? Parker - História e geografia são complementares no atlas. Os mapas não são apenas ilustrações dos textos. Mais do que isso, os textos descrevem os mapas. Além de mapas, o atlas tem pelo menos uma foto em cada verbete que serve de referência em imagem. Também complementa a informação com diagramas e gráficos ilustrativos. Folha - O sr. coordenava um grupo de professores e especialistas que trabalharam na implementação do atlas? Parker - Sim. Cada uma das cerca de 1.800 extensões acrescentadas nesta edição foi longamente discutida e avaliada por professores especialistas na área. Folha - Para que leitor o sr. indicaria o atlas histórico? Parker - Em princípio, diria que o atlas é voltado a estudantes em geral e universitários, que podem consultá-lo em suas pesquisas. Mas considero que o principal mercado que o atlas deve atingir é de pessoas comuns, interessadas em ter uma noção em perspectiva do passado para os problemas do presente. Espero que os brasileiros fiquem satisfeitos com a cobertura dada à América Latina, em geral, e ao Brasil, em particular. Texto Anterior: OS NÚMEROS DA IMPRENSA BRASILEIRA; SAIBA O QUE VOCÊ VAI RECEBER ATÉ OUTUBRO Próximo Texto: Nordeste torra rios de dinheiro Índice |
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